O ex-presidente Lula (PT) fez neste domingo (17), no Recife, o seu quarto discurso público após ter sido libertado da prisão.
Trechos das falas anteriores foram repetidos, como as críticas ao governo Jair Bolsonaro (PSL) e à Operação Lava Jato, além da associação do atual presidente e do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) à milícia.
Mas, desta vez, Lula adotou um tom mais ameno. “Nós não vendemos ódio, vendemos amor, paixão. É muito coração nessa história”, afirmou para concluir o discurso.
Ao contrário das falas anteriores - em Curitiba (PR), assim que deixou a prisão, além de São Bernardo do Campo (SP) e Salvador (BA) -, Lula não afirmou que a oposição deveria atacar. “Eu não queria falar de política num festival cultural e eu queria assistir ao povo exaltar toda a sua ternura por esse país maravilhoso”, disse. “Eu hoje sou um homem melhor do que aquele que entrou na cadeia, sou mais maduro, sou um homem que aprendi que nada derrota as pessoas que se amam nesse país”.
Foto: Brenda Alcântara/ JC Imagem Lula não citou as eleições de 2020 ou de 2022 no discurso ou mesmo nomes de aliados políticos locais.
Além disso, apesar de ter atacado o procurador Deltan Dallagnol e Moro, não citou nas suas críticas o Ministério Público Federal (MPF) ou o Judiciário como instituições. “Não foi fácil tirar de um cidadão de 74 anos 580 dias de liberdade, quando na verdade a quadrilha desse país foi montada por Moro Dallagnol, Bolsonaro, aqueles que me julgaram”, afirmou. “Tenho certeza absoluta que cada minuto de vida que eu terei pela frente vai ser para libertar esse país dessa quadrilha de milicianos que tomou conta desse país”.
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O Nordeste não podia continuar na história como um povo analfabeto, desnutrido, e com mortalidade infantil.
Não podia continuar como a região que tinha mestre, mas não tinha doutor.
Esse Nordeste é exportador de dignidade”, afirmou. “Não queremos tirar nada de nenhum estado, mas queremos ser tratados em igualdade de condições”.
Haddad Durante o discurso, Lula chamou ao palco Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT no ano passado, que foi ministro da Educação no seu governo. “Eu quero agradecer a dignidade que você teve de representar uma grande parcela do povo brasileiro, afirmou.
Lula também chamou a namorada, a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja.
Os militantes, da mesma forma que no discurso em Curitiba, pediram que ele a beijasse.
O petista participou do Festival Lula Livre, no Pátio do Carmo, no Centro do Recife.
Ele subiu ao palco por volta das 19h, acompanhado da cantora Lia de Itamaracá, e falou por pouco mais de 15 minutos.
Após o discurso, Lula foi homenageado pelo cantor Siba e por grupos de cultura popular pernambucanos, que citaram uma eventual candidatura à presidência em 2022 e gritaram “Lula está solto, babaca”, em referência à frase do senador Cid Gomes (PDT).
O petista assistiu à apresentação enrolado em uma bandeira de Pernambuco que ganhou e depois deixou o palco.