Nesta segunda, está prevista cerimônia de apresentação de um pacote do governo federal com medidas para estimular emprego.
O evento está agendado no Palácio do Planalto e está sob a coordenação do secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho.
A medida provisória (MP) que o governo vai apresentar deve conter dois eixos principais: ampliação do crédito para os empresários e benefícios fiscais para as empresas contratarem mais.
Referente à segunda, deve ser anunciada redução de até 50% de encargos para contratação de mão de obra de jovens entre 18 e 29 anos e pessoas com mais de 55 anos.
Pois bem.
A entidade FGV Social ajudou a entender, a partir de nova pesquisa, o lançamento do programa do Governo Federal, com foco na juventude.
Os últimos microdados da PNADC disponíveis revelam que os jovens foram os maiores perdedores de renda do trabalho nos últimos cinco anos.
Enquanto outros grupos tradicionalmente excluídos como analfabetos, negros e moradores da regiões Norte e Nordeste apresentam reduções de renda pelos menos duas vezes maior que a da média geral.
Esta perda foi 5 e 7 vezes mais forte entre jovens de 20 a 24 anos e entre os jovens adolescentes, respectivamente. “Há aumento na desigualdade de renda nesse grupo de jovens, 41,2% maior que o aumento observado para o conjunto da população, indicando a necessidade de entender a dinâmica dos diversos segmentos juvenis.
Senão vejamos: entre o quarto trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2019 a perda de renda média acumulada de -14,66% dos jovens totais menos expressiva que a de alguns grupos de jovens: 15 e 19 anos (-26,54%), 20 e 24 anos (-17,76%), nordestinos (-23,58%) e analfabetos (-51,1%).” “De maneira geral entre os jovens a renda da metade mais pobre caiu -24,24% contra -14,66% da média geral.
Os fatores queda renda e aumento de desigualdade entre os jovens são os mesmos aumento de desemprego, redução de jornada de trabalho, queda do salário por hora/ano de estudo.
Enquanto os anos de estudo e a participação trabalhista que são as variáveis mais sob controle dos jovens atenuam duplamente os efeitos desta recessão excludente.
Em meio a esta tragédia juvenil há algumas novas direções positivas.
A partir do primeiro trimestre de 2017 (portanto com Temer no governo) as perdas da média e da desigualdade de renda desses jovens são interrompidas.
O governo federal anuncia o lançamento de redução de encargos trabalhistas de cerca de 30% do primeiro emprego para jovens de 18 a 29 anos.
Há melhoras ainda que modestas na frequência escolar do jovem.
Mesmo assim, o resumo da ópera é ruim.
A proporção deles que não estudam nem trabalham sobe de 23,4% em 2014 para 26,2% 2019.
A pesquisa corresponde à parte inicial do projeto “Atlas das Juventudes” realizado em parceria com outras instituições.
O FGV Social lançou na última semana pesquisa com dados inéditos sobre o tema: Juventude e Trabalho Qual foi o Impacto da Crise na Renda dos Jovens?
E nos Nem-Nem?