O ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, que havia sido chamado de canalha por Lula, no ABC, mais cedo, decidiu não responder ao ex-presidente, ao menos não diretamente.

Por meio das redes sociais, ele sugeriu que Lula fosse ignorado. “Aos que me pedem respostas a ofensas, esclareço: não respondo a criminosos, presos ou soltos.

Algumas pessoas só merecem ser ignoradas.”, escreveu.

Fala de Eduardo Bolsonaro sobre volta do AI-5 e julgamento de Lula no STF podem estar interligados O general Heleno fez reparos ao discurso de Lula. “Lula, em seu discurso, mostra quem é e o que deseja para o país.

Incita a violência (cita povo do Chile como exemplo), agride várias instituições, ofende o presidente da República e mostra seu total desconhecimento sobre carreira militar”, escreveu o general Heleno.

Mais cedo, Bolsonaro havia pedido que não dessem munição ao canalha, como se referiu a Lula, conforme informações da Agência Rádio Mais. “Amantes da liberdade e do bem, somos a maioria.

Não podemos cometer erros.

Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos.

Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, escreveu Bolsonaro, nas redes sociais.

Um dia após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixar a prisão em Curitiba, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma mensagem em sua conta no Twitter.

Sem citar Lula diretamente, Bolsonaro afirmou que não se deve dar “munição ao canalha, que está momentaneamente livre, mas carregado de culpa”.

O petista foi solto na última sexta-feira (8) depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por seis votos a cinco, vetar a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, entendimento contrário ao que vinha sendo adotado pela Corte desde 2016.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, também se posicionou pelo seu perfil no Twitter e disse que a decisão do STF “deve ser respeitada, mas pode ser alterada pelo Congresso”.

Em tom mais provocativo, Carlos Bolsonaro, filho do atual presidente, compartilhou a publicação do pai. “Calma, cambada de bandido, o Brasil não é de vocês!

Comemorem, criminosos!

Estão liquidados política e criminalmente!

O Brasil vai dar certo”, escreveu.

O ex-presidente Lula estava preso na capital paranaense desde abril de 2018, condenado em primeira e segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No processo, o petista é acusado de receber propina da empreiteira OAS e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá (SP) em troca de favores políticos.

Apesar de estar em liberdade, Lula também foi condenado no caso do sítio de Atibaia.

Ele é acusado de receber propinas das construtoras OAS e Odebrecht por meio de reformas, em 2010, em um sítio no município do interior paulista.

Além disso, o ex-presidente é réu em outros sete casos e foi denunciado ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff pela nomeação como ministro da Casa Civil, em 2016.