O ministro Celso de Melo, do STF, acompanhou o voto do ministro-relator Marco Aurélio.

O ministro mais antigo da casa defendeu que réus só podem ser presos após a condenação em definitivo, como está na Constituição.

Com o voto do ministro, contra o entendimento de que as prisões devem ser declaradas após a segunda instância, o julgamento ficou empatado.

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a discutir prisão em segunda instância hoje, 07.

A Corte tem sofrido pressão de para manter o entendimento atual, que possibilita a prisão de condenados em segundo grau.

Antes dele, já haviam votado Gilmar Mendes, faltando depois dele se pronunciar o presidente da Corte, Dias Toffoli.

Antes dos dois votos, o placar estava em 5 x 3 a favor das prisões de condenados em segunda instância.

Votaram neste sentido os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, além de Carmem Lucia.

Marco Aurélio, relator da ação, Rosa Weber e Ricardo Lewandowski haviam votado inicialmente contra esse entendimento.

Gilmar deu o quarto voto pela mudança do entendimento.

Celso de Mello deu o quinto.

O que pode acontecer?

Depois da nova orientação De São Paulo, o advogado Leonardo Avelar, criminalista do Cascione Pulino Boulos Advogados, diz acreditar que a impossibilidade de prisão em 2ª instância pode aumentar número de prisões preventivas. “O julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a impossibilidade de prisão em segunda instância pode ter uma consequência prática indesejada para a preservação dos direitos e garantias individuais: aumento no número de decretações de prisão preventiva, como forma transversa de descumprir a decisão do Supremo.

Um movimento semelhante ocorreu quando o Supremo decidiu sobre a ilegalidade da condução coercitiva do investigado.

Naquela oportunidade, a consequência prática nefasta foi um aumento significativo na decretação de prisões temporárias”.