Mesmo com o alerta da Federação Única dos Petroleiros de que o governo Bolsonaro iria entregar R$ 1,2 trilhão em barris de petróleo por pouco mais de R$ 100 bilhões no leilão do pré-sal realizado nesta quarta-feira (6), o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a venda foi feita para poucos interessados e ainda contou com a participação da própria Petrobras. “Não adiantou o carnaval que a mídia e o governo fizeram.
Nós já iríamos vender um patrimônio trilionário por um preço de banana, e, mesmo assim, ninguém apareceu.
A Petrobras teve de comprar aquilo que já era seu, para não ficar uma coisa vergonhosa.
A empresa, infelizmente, está pagando a fatura da incompetência e da falta de confiança”, disse Humberto.
Dois campos de petróleo ofertados no leilão sequer receberam propostas.
Apenas um consórcio formado por Petrobras e pelas empresas chinesas CNOOC e CNODC venceu o leilão para explorar dois campos, dos quatro que estavam em disputa. “E elas pagarão R$ 68 bilhões pelo direito de explorar petróleo na área, sendo que expectativa do governo era arrecadar R$ 106 bilhões com o leilão dos quatro campos”, ressaltou o senador.
De acordo com ele, há um forte receio no mundo todo em relação às medidas e declarações nefastas feitas pela família Bolsonaro e pelos integrantes do governo brasileiro que atrapalham, inclusive, o ambiente de negócios – favorável inicialmente ao capitão reformado. “Quantas empresas multinacionais entraram mesmo para valer no leilão?
Só uma chinesa.
Acredita-se até que a empresa Total francesa não entrou no leilão porque teria havido um pedido do próprio governo da França, que teria dito: vai disputar isso aqui nesse país que destrói floresta, que mata índio, que desrespeita os direitos humanos?”, contou.
Para o parlamentar, as nefastas políticas implementadas pela gestão bolsonarista irão aumentar ainda mais miséria no país.
Dados divulgados hoje pelo IBGE demonstram que o quadro de estagnação econômica piorou a vida dos brasileiros: 13,5 milhões de brasileiros viviam com menos de R$ 145 por mês no ano passado.
O número é o maior da série histórica, iniciada em 2012. “É um quadro crítico, que, infelizmente, só vai aumentar com esse pacote que o governo lançou ontem contra o modelo de Estado previsto na Constituição, contra o serviço público.
Estamos diante de um governo que dá sucessivos prejuízos ao Brasil, tantos financeiros como de imagem”, observou.
Veja em que termos o IBP tratou o LEILÃO CESSÃO ONEROSA (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) “Os resultados do leilão do excedente da cessão onerosa indicam que o setor segue confiante e empenhado em investir no país, o que fica claro com o arremate de dois blocos exploratórios na área.
O bônus de R$ 69,960 bilhões supera o valor arrecadado em todas as ofertas somadas já realizadas pela ANP desde a abertura do setor, no final dos anos 90.
Essas áreas têm o potencial de gerar investimentos de mais de R$ 200 bilhões ao longo de seu desenvolvimento e irão se traduzir em tributos, empregos e geração de renda a médio e longo prazos no país.
O fato de dois blocos não terem sido arrematados não reduz a importância do resultado desse certame.
Trata-se do primeiro leilão deste tipo no mundo (por ofertar grandes volumes já descobertos, o que reduz o risco e o torna sem precedentes) e o bônus é elevado até mesmo para companhias de classe mundial.
Essa característica restringe a oferta a poucos atores com capacidade de investimento para fazer frente ao desenvolvimento dos campos gigantes dessa área do pré-sal.
O bônus estimado inicialmente – de R$ 106 bilhões – e o valor que se confirmou no leilão é comparável a uma aquisição internacional de uma companhia de óleo e gás ou ao orçamento anual de uma grande petroleira global – na faixa de US$ 30 bilhões.
O setor segue confiante diante das transformações realizadas no país nos últimos anos, que asseguraram a retomadas dos investimentos e o sucesso dos leilões de blocos exploratórios de óleo e gás. É preciso ressaltar ainda o empenho do país para melhorar a regulação do setor, com medidas como a adoção de um calendário fixo de rodadas de licitação, adequação de regras de conteúdo local, a proposta do Novo Mercado de Gás e melhorias no campo fiscal.”