A proposta de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o vazamento de óleo que atinge a costa nordestina, apresentada pelo deputado federal João Campos (PSB-PE), tem sido criticada por parlamentares contrários ao socialista.
Após o ex-ministro Mendonça Filho (DEM) classificar a criação do colegiado como uma “infantilidade”, foi a vez do deputado estadual Alberto Feitosa (SD) reclamar da CPI na Assembleia Legislativa de Pernambuco. “As manchas de óleo deixaram de aparecer.
Uma CPI pode gerar alarmismo, prejudicando a cadeia do turismo de sol e mar da região”, disse no plenário.
O deputado José Queiroz (PDT), no entanto, chamou atenção para os efeitos da contaminação pelo óleo. “Li sobre um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertando sobre uma substância cancerígena, resultante do óleo cru, que pode estar presente no mar, nos manguezais e nos animais marinhos”, disse.
Em nota, a Fiocruz alertou que a exposição a esse material deve ser a mínima possível. “Entre os hidrocarbonetos, está o benzeno, que é cancerígeno.
A contaminação pelas substâncias tóxicas pode ocorrer por sua ingestão, inalação ou absorção pela pele”, diz o texto. “O efeito mais temido de longo prazo é a ocorrência de câncer, em especial alguns tipos de leucemia”.
Em Pernambuco, são monitorados casos de intoxicação.
Assista ao programa Casa Saudável sobre manchas de óleo nas praias e os riscos à saúde: ?
Criação da CPI do Óleo A CPI recebeu 267 assinaturas, entre 513 deputados na Câmara.
Porém, para que seja instalada, depende do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O parlamentar tem uma reunião nesta terça-feira (5) com os líderes partidários e prometeu anunciar sua decisão em seguida.
Em Pernambuco para uma homenagem do setor sucroalcooleiro, nessa segunda-feira (4), Maia evitou antecipar uma decisão sobre a comissão. “A CPI tem outras questões que devem ser avaliadas, o trade de turismo é uma parte e tem dúvidas se esse é o melhor instrumento, se não vai ficar gerando notícias negativas.
Outros acham que não, que o assunto já está colocado e é melhor que a Câmara participe e ajude”, disse. *Com informações do site da Alepe