O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a criticar o governo Jair Bolsonaro (PSL) no segundo compromisso desta segunda-feira (4) em Pernambuco.

Depois do general Augusto Heleno (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), o alvo foi a equipe econômica.

Apesar de dizer que sente admiração pelo ministro Paulo Guedes, afirmou que a pasta da Economia está cheia de “professor de Deus”.

LEIA TAMBÉM » ‘General Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo’, diz Maia A declaração foi feita pelo parlamentar ao receber uma homenagem da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (Novabio).

O evento foi feito pelo setor por causa da articulação do presidente da Câmara para a suspensão de uma portaria que aumentava para 750 milhões de litros a cota de etanol que poderia ser importado dos Estados Unidos sem taxação.

Maia relatou que recebeu na residência oficial representantes dos ministérios da Agricultura e da Economia para uma conversa sobre o assunto. “Tudo o que eu falava, ele [o representante da pasta da Economia] dizia que eu não tinha compreendido bem.

Na terceira, eu me irritei e falei ‘vamos fazer o seguinte: já que eu sou burro e você é inteligente, eu fico com a minha posição, você com a sua e nós vamos derrubar a decisão do governo na próxima semana no parlamento, não tem problema”, contou. “Ali na equipe econômica tem muito professor de Deus, esse é o problema muitas vezes das equipes econômicas.

Todo mundo sabe aqui da minha admiração pelo ministro, mas de fato as equipes econômicas têm duas visões, uma liberal na economia e outra de arrecadação para o Tesouro.

E elas acham que a sociedade é capaz de aceitar tudo e de passar por todas as dificuldades por uma boa tese dos economistas brasileiros”, disse. “Nós [os parlamentares] vivemos a vida real”.

Augusto Heleno e Olavo de Carvalho Antes de participar da homenagem no Recife, Rodrigo Maia visitou a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana.

Em entrevista, criticou Augusto Heleno.

Em uma primeira declaração sobre a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em relação a um “novo AI-5”, o ministro disse que era preciso “estudar como fazer”. “Acho que a frase dele foi grave.

Além disso, fez críticas ao parlamento como se o parlamento fosse um problema para o Brasil. É uma cabeça ideológica.

Infelizmente, general Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. É uma pena que um general da qualidade tenha caminhado para essa linha”, afirmou.