O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda não anunciou se vai ou não instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o vazamento de óleo no Nordeste, proposta por João Campos (PSB-PE).

Se depender de um dos seus principais aliados, o ex-ministro Mendonça Filho (DEM-PE), no entanto, a investigação do Legislativo não vai virar realidade. “Eu acho que é uma infantilidade e uma inexperiência clara”, disse nesta segunda-feira (4).

João Campos e Mendonça Filho podem ser adversários nas eleições municipais de 2020, no Recife.

LEIA TAMBÉM » Maia diz que equipe econômica de Bolsonaro está cheia de ‘professor de Deus’ » Brasileiros temem impacto de mancha de óleo no turismo do Nordeste » Governo pede via Interpol dados de empresa que administra navio suspeito de vazamento de óleo Para Mendonça, o trabalho da comissão pode prejudicar o turismo no Nordeste. “Se ele quiser gerar desemprego, criar um ambiente de dificuldade para a rede hoteleira, ele avance com essa CPI”, afirmou.

O ex-ministro disse ter sido procurado por empresários. “Já falei com o presidente Rodrigo Maia dizendo que essa CPI é um tiro no pé”.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem PROJETO COMPROVA » Boato erra ao acusar Greenpeace; navio da ONG só chegou ao Nordeste após vazamentos » É enganosa publicação que atribui à Shell responsabilidade por óleo encontrado em praias do Nordeste » Navio português é usado em postagens como se fosse petroleiro da Venezuela despejando óleo no Nordeste Em Pernambuco para uma homenagem do setor sucroalcooleiro, Maia evitou antecipar uma decisão sobre a comissão. “A CPI tem outras questões que devem ser avaliadas, o trade de turismo é uma parte e tem dúvidas se esse é o melhor instrumento, se não vai ficar gerando notícias negativas.

Outros acham que não, que o assunto já está colocado e é melhor que a Câmara participe e ajude”, disse.

O presidente da Casa tem uma reunião nesta terça-feira (5) com os líderes partidários para tratar do assunto.

João Campos Autor da proposta de instalação da CPI, João Campos disse ter conversado com representantes do setor de turismo de todo o País. “Achar que a CPI é o fato que vai expor o Nordeste para o Brasil é um equívoco”, afirmou. “Está provado que o estado brasileiro não teve nem velocidade nem tamanho para identificar o que houve para mitigar com a velocidade necessária.

Então o parlamento vai ter que agir, vai ter que discutir a legislação, as responsabilidades.

Não tem nenhum desejo de aparecer como um fato de um palanque político”.