O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), anunciou que a oposição vai apresentar um requerimento de convocação na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa para que o ministro da Justiça, Sergio Moro, explique por qual motivo “está agindo como advogado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), interferindo nas investigações do caso Marielle no Rio de Janeiro e intimidando testemunhas”, conforme suas palavras. “O ex-juiz comete um grave equívoco ao solicitar a abertura de uma investigação pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por conta do depoimento de uma testemunha-chave do caso, o porteiro, e dos investigadores, falando em possível equívoco na investigação conduzida no Rio ou eventual tentativa de envolvimento indevido do nome do presidente da República no crime em questão, o que pode configurar crimes de obstrução à Justiça, falso testemunho ou denunciação caluniosa”.
O senador disse avaliar que a decisão do ministro é “completamente indevida”. “Ele terá de explicar ao Senado por que age como defensor do chefe e se encaminha à PGR para intimidar o porteiro do condomínio do presidente, que testemunhou com fatos negativos e trouxe uma bomba ao Palácio do Planalto.
Cabe apenas às investigações em curso apontar se o depoente disse ou não a verdade. É a investigação atual que deve chegar à última consequência das apurações.
Não compete a Moro e nem a Bolsonaro, de forma alguma, pedir a abertura de inquérito para investigar um depoente e as autoridades que colheram esse depoimento”, afirma.
O líder do PT no Senado associou o caso com a guerra em favor de Lula. “Moro já não atuava com imparcialidade quando juiz da Lava Jato em Curitiba e segue, como ministro em Brasília, agindo contra as leis e a Constituição. É público e notório que ele agiu politicamente para chegar onde está.
Agora, para se manter no cargo, segue atuando contra as normas”, afirmou.