A redução de 0,5 ponto percentual nos juros básicos da economia é positiva, e a expectativa da indústria é que outros cortes na taxa sejam anunciados nos próximos meses.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez a avaliação, nesta quarta-feira, 30 de outubro, logo depois que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou a queda da Selic para 5% ao ano. “A queda da taxa Selic abre caminho para a redução dos custos dos empréstimos para as empresas e os consumidores”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “Os juros menores estimulam os investimentos das empresas e o consumo das famílias, que são fundamentais para acelerar a recuperação da economia e a criação de empregos”.

O presidente da CNI destaca que as perspectivas de novos cortes nos juros se baseiam no fato de que a inflação continua controlada e deve fechar o ano abaixo do centro da meta de 4,25% fixada pelo Banco Central. “Além disso, a aprovação da reforma da Previdência e o avanço de medidas microeconômicas melhoraram as condições da economia brasileira e a confiança no país”, acrescenta Robson Andrade. “A redução dos juros em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, e o cenário de desaceleração da economia também favorecem novas quedas da Taxa Selic no Brasil”, avalia a entidade.

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP, pediu mais. “A retomada econômica lenta, a alta ociosidade e a inflação projetada em quase um ponto percentual abaixo da meta não deixam dúvida de que essa nova redução é uma medida acertada.

Corte da Selic é passo na direção certa.

Ainda teremos uma nova reunião do Copom em dezembro e há espaço para um novo corte, para que a taxa feche 2019 em 4,5%.”, afirmou. “Após mais de um ano com a Selic no menor patamar histórico, iniciamos um novo processo de queda dos juros e, ainda assim, as taxas ao tomador final seguem altíssimas, como spread bancário tendo, inclusive, aumentado recentemente. É preciso atuar paralelamente em uma agenda de estímulo a competição bancária e diminuição dos spreads para aumentar o efeito da redução da Selic na retomada econômica e na geração de empregos”.