Do Projeto Comprova Falso O presidente ficou em um dos hotéis mais luxuosos do mundo, mas a hospedagem foi paga pelo governo dos Emirados Árabes Unidos É falsa a alegação feita no título de uma publicação do site Desmascarando, segundo a qual o presidente Jair Bolsonaro (PSL) “foi ao hotel mais luxuoso do mundo com dinheiro público”.

O próprio texto, copiado do site jornalístico Metrópoles, informa que a estadia de Bolsonaro não foi paga com impostos.

Ao Comprova, o Palácio do Planalto informou que, como é a praxe diplomática em toda viagem internacional, “a hospedagem do chefe de Estado foi custeada pelo país anfitrião”.

A Presidência da República não respondeu, no entanto, se a comitiva se hospedou no mesmo hotel de Bolsonaro nem quantas pessoas ficaram com ele.

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Quando o Facebook incorpora algum link para que o usuários compartilhem o conteúdo, a íntegra do texto não parece.

Assim, o leitor teria de clicar na publicação para ter acesso à informação de que não é o contribuinte que está pagando pela hospedagem de Bolsonaro.

Para o Comprova, é falso um conteúdo divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira, que tenha dolo.

Como verificamos Para fazer esta verificação, o Comprova entrou em contato com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto para questionar quem fez o pagamento da hospedagem de Bolsonaro.

Além disso, consultou os preços das suítes no site do hotel Emirates Palace, onde Bolsonaro ficou hospedado, e o itinerário da viagem presidencial em matérias de veículos de imprensa.

O Comprova entrou em contato por mensagem no Facebook com a página Desmascarando, mas não obteve resposta.

Você pode refazer o caminho da verificação do Comprova usando os links para consultar as fontes originais.

Bolsonaro se hospedou em hotel de luxo É verdade que Bolsonaro ficou hospedado no hotel retratado no texto.

O Emirates Palace fica em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.

Paulo, o hotel foi escolhido em 2019 como “o mais luxuoso do Oriente Médio” pelo World Travel Awards e já levou duas vezes a categoria de “mais luxuoso” resort do mundo.

O Comprova simulou no site oficial do hotel o preço de uma diária nesta 3ª feira (29.out.2019): de R$ 2.324,86 a R$ 6.524,53.

A conversão foi feita no site do Banco Central.

Há ainda a suíte Palace, com três quartos, que chega a R$ 35 mil.

O Palácio do Planalto não informou em que tipos de quartos a comitiva de Bolsonaro se hospedou.

O Emirates Palace foi construído em 2005, pelo governo dos Emirados Árabes Unidos, com um investimento de US$ 3 bilhões.

Atualmente, o hotel é administrado pelo grupo privado Kempinski.

Outros custos da viagem de Bolsonaro Apesar de a hospedagem de Bolsonaro no hotel de luxo ter sido custeada pelo governo dos Emirados Árabes, viagens internacionais do presidente envolvem outros gastos para a administração pública, como o pagamento de diárias e de transporte para comitiva e assessores.

De acordo com o Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP), o valor das diárias varia por cargo e destino da viagem.

Para os Emirados Árabes, por exemplo, o decreto 71.733/1973 prevê diárias de US$ 300 a US$ 350.

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O gasto total em outubro para os países de destino da viagem presidencial, nas datas em que Bolsonaro estava na Ásia e no Oriente Médio, foi inicialmente de R$ 1,37 milhão, mas não é possível determinar se todos os custos estão ligados à comitiva.

O maior gasto foi de R$ 82 mil para a viagem de um militar do Departamento de Segurança Presidencial ir do Brasil para a Arábia Saudita no dia 20 de outubro.

Viagem de Bolsonaro Bolsonaro está na Ásia e no Oriente Médio desde 19 de outubro e encerra a viagem nesta quarta-feira, 30.

Passou pelo Japão, China e foi a países árabes (Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes).

Repercussão nas redes O Comprova verifica conteúdos duvidosos sobre políticas públicas do governo federal que tenham grande potencial de viralização.

A publicação foi feita no site Desmascarando e compartilhada na página no Facebook no dia 28 de outubro.

No dia 29, a postagem foi apagada da rede social e mantida apenas no site, ainda com o título falso.

Antes de ser deletada, teve mais de 2 mil interações na página.

Segundo a ferramenta CrowdTangle, o total de interações foi de 5,8 mil.

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