Por Igor Maciel, na coluna Pinga-Fogo na edição desse domingo (27) do Jornal do Commercio A visita do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, a Porto de Galinhas e a atitude dele de levantar a barra da calça para pisar a água e dizer que os turistas podem ficar tranquilos, foi vista como algo parecido com o que Joaquim Francisco, então governador de PE, fez ao mergulhar no mar de Boa Viagem para provar que não havia risco de cólera.

Existem, porém, diferenças.

Em 1992, as praias foram interditadas e somente após a garantia de que não havia risco houve o mergulho.

Tem ainda o fato de que as praias realmente ficaram desertas há 27 anos.

Hoje, o ministro estava disputando espaço com os turistas habituais que se banhavam tranquilamente.

Outra diferença fundamental nos dois episódios é que naquela época o poder público já estava tomando medidas concretas para solucionar o problema.

Hoje, a impressão é que os gestores públicos não têm a mínima ideia do que estão fazendo.

A campanha “Se sujar, a gente limpa” parece bonita, mas denota falta de controle da situação.

O certo é ter mecanismos para evitar que suje. “Se não sujar, não tem o que limpar”, seria o ideal.

Aliás, se o governo tivesse o mínimo e esperado controle sobre sua costa, o ministro Marcelo não precisaria ter afogado os tornozelos tímidos na água.

Joaquim, ao menos, pulou de cabeça.