Por Igor Maciel, na coluna Pinga-Fogo JC da edição deste sábado (26) do Jornal do Commercio O fiado é uma instituição que homenageia a força da palavra dada e a credibilidade.
Uma das últimas fronteiras do fiado era o setor público.
O que sempre se dizia era que vender para o governo era ruim porque se demorava a receber, mas se recebia no prazo.
Em Pernambuco, até essa fronteira está comprometida, porque o que garante o fiado é o pagamento e, por aqui, fornecedores ficam sem receber por tempo demais, ou simplesmente vão sendo deixados de lado.
O mais forte sintoma dessa quebra de credibilidade pode ser observado na crise do óleo no litoral, essa semana.
O governo de Pernambuco está tendo dificuldades nas licitações para a limpeza das praias, na compra de materiais, e isso simplesmente porque as empresas que fornecem produtos para remoção de resíduos não compareceram. É como se não tivessem interesse em vender.
Algo parecido acontece com a farmácia do Estado, fazendo muitas vezes com que faltem medicamento para a população porque empresas temem não receber pelo produtos vendidos e se recusam a participar de licitações.
Quanto mais emergencial, maior a preocupação.
O fiado é algo sagrado.
O feirante e o dono do mercadinho sabem disso.
O governo também precisa entender.