Sem muito alarde, a deputada federal do PT Marília Arraes, adversária de João Campos, do PSB, assinou o pedido de instalação de uma CPI para o vazamento de óleo nas praias do Nordeste.
O vazamento de óleo no litoral do Nordeste já é considerado como um dos maiores crimes ambientais da história do Brasil.
Até o momento, mais de 200 praias foram atingidas e cerca de mil toneladas do resíduo retiradas por voluntários e representantes de entidades ligadas ao Meio Ambiente.
Pois bem.
A deputada federal Marília Arraes (PT-PE) apresentou duas propostas de ações legislativas: a transformação da sessão plenária da Câmara dos Deputados em Comissão Geral, para que o tema possa ser amplamente debatido entre parlamentares, especialistas e representantes dos mais diversos setores da sociedade e do Executivo e a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Litoral Brasileiro.
O objetivo seria ampliar o debate com parlamentares de todo o País e propor soluções para o combate dos efeitos e investigar a origem do vazamento. “A CPI tem o objeto único específico pra o que ela foi criada e vai investigar as causas do acidente especificamente.
A Frente é ampla no sentido de que não é só pelo Nordeste, engloba qualquer área do litoral brasileiro.
A Frente também tem caráter permanente e pode trabalhar em cima de ações preventivas, proposições, questionamentos…
A CPI agrega um número bem menor de parlamentares, enquanto a Frente tem um número bem maior”, explicou a assessoria.
O requerimento para a convocação da Comissão Geral foi encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “É urgente que todas as instâncias se unam na busca por soluções e para a investigação do que de fato aconteceu.
O que está acontecendo no Nordeste é um crime sem precedentes. É fundamental investigar a origem e punir os culpados”, afirmou a vice-líder do PT na Câmara.
A coleta de assinaturas para a instalação da Frente Parlamentar segue a todo o vapor e tem recebido o apoio de parlamentares de vários estados e legendas. “Hoje é o Nordeste que está vivendo os efeitos desse pesadelo.
Mas amanhã pode ser qualquer outra região.
Não podemos deixar que nosso litoral vire terra de ninguém”, destacou a deputada.
A parlamentar encaminhou, ainda, dois requerimentos de informações: um para o Ministério do Meio Ambiente e outro para o Ministério da Defesa.
Para ambas instituições foram pedidos esclarecimentos sobre as ações tomadas desde a identificação do início do problema, o planejamento para os próximos passos e as informações sobre a investigação das causas e dos responsáveis por este desastre.
Em Pernambuco, o vazamento atingiu os municípios de Paulista, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Barreiros, Tamandaré, Rio Formoso, Sirinhaém, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
Além do dano irreparável na fauna e flora desses lugares, o derramamento também prejudicará a economia e a rotina da população litorânea.