O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, recebeu na manhã desta quarta-feira (23.10) o secretário estadual de Turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes, e representantes do trade turístico local.

Quem submergiu nesta crise do óleo foi o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, um dos possíveis nomes de Bolsonaro no pleito do próximo ano.

Nos bastidores, aliados afirmaram que ele havia sugerido o uso das forças armadas para a limpeza das praias.

Juntamente com outros nove da região Nordeste, Pernambuco foi atingido por manchas de óleo de origem ainda desconhecida.

O intuito do encontro foi analisar os impactos causados e articular estratégias e ações que possam minimizar o ocorrido.

Na próxima sexta-feira (25.10), o ministro Marcelo Álvaro Antônio virá até Porto de Galinhas (PE) visitar os principais pontos afetados pelo desastre ambiental e se reunir novamente com representantes locais.

O Ministério do Turismo diz estar alinhado com o Governo Federal na tomada de providências para o monitoramento, limpeza e apuração das responsabilidades em relação ao incidente.

Já foram recolhidas, até esta terça-feira (21.10), 900 toneladas de óleo derramado e protegidas áreas ameaçadas no litoral nordestino.

Foram mobilizadas 48 Organizações Militares, com emprego de 1.583 militares, 15 navios, uma aeronave, além de embarcações e viaturas pertencentes a diversas Capitanias dos Portos, Delegacias e Agências.

Também atuam na operação 74 servidores, 10 viaturas, um avião e dois helicópteros do IBAMA.

Humberto vai a Mourão contra desastre Depois de pedir a demissão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e cobrar explicações do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ao reclamar de inércia do governo Bolsonaro em relação ao desastre na costa do Noreste, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi até o Palácio do Planalto cobrar providências.

Ele se reuniu com o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão.

Humberto disse a Mourão que está preocupado com as consequências negativas da tragédia sobre os pescadores e profissionais ligados ao setor do turismo. “Não é possível que o governo demore a responder a essas demandas, assim como fez para reagir ao óleo que atingiu o litoral.

Conversamos sobre uma compensação financeira aos pescadores.

E que isso não pode demorar a chegar.

O governo vai ter de estimular a economia da região.

Pelo menos tivemos uma boa notícia na reunião: o presidente em exercício nos disse que o processo de chegada do material tóxico às praias está em fase final”, contou.

O parlamentar avisou a Mourão que o Senado está criando uma comissão externa para monitorar os trabalhos e auxiliar as autoridades competentes. “A gestão Bolsonaro está tratando com absoluto descaso, desde o fim de janeiro, o maior desastre ambiental em extensão de todos os tempos no país.

O presidente e seus ministros são preconceituosos em relação ao povo nordestino e não se preocupam com o meio ambiente.” “São mais de 200 locais afetados e um imenso prejuízo à flora e à fauna da região, onde verdadeiros santuários ecológicos estão sendo invadidos por esse derramamento de óleo, que, até o presente momento, nem de onde veio o governo sabe identificar.

As causas e os responsáveis não foram identificados e a União permanece inerte enquanto o óleo avança”, criticou.

Humberto disse que Bolsonaro não pisou na região e não prestou qualquer solidariedade à população pelo desastre de dimensões nunca vistas.

Ele acredita até que o presidente pode ter ficado decepcionado com a atitude de Mourão de designar, na ausência dele - que viaja ao Japão neste momento - o Exército para ajudar a retirar o óleo das praias. “Creio que Bolsonaro não deve ter gostado porque ele queria que a gente morresse no petróleo lá.

Acho que é isso.

E acredito que não vai gostar também dessa nossa reunião.

Mas o tamanho da inoperância do governo só perde para o tamanho do desastre.

Foram mais de 900 toneladas de óleo já retiradas.

São 144 mil pescadores e marisqueiros que estão afetados.

O potencial danoso para o turismo, especialmente às vésperas do verão, é enorme”, afirmou.

O líder do PT no Senado responsabilizou o Palácio do Planalto pelo agravamento do desastre. “Principalmente por ter acabado com qualquer forma de controle e consulta da sociedade sobre o Governo, extinguindo inúmeros comitês e conselhos, incluindo o que tinha responsabilidade de conter incidentes com vazamento de óleo - criado pela presidenta Dilma Rousseff”.

Humberto disse que, enquanto o óleo estava começando a tomar as principais praias de Pernambuco, o presidente da República, em vez de falar para o povo do Estado o que iria fazer, foi à rede social esculhambar o governador Paulo Câmara por ele “ter tomado o 13º salário do Bolsa Família do povo". “Bolsonaro criou uma mentira descabida.

Veja que cabeça.

Veja que mentalidade tem esse senhor que ocupa o cargo mais alto do Poder Executivo brasileiro.

Não há nenhuma sensibilidade com os cidadãos, principalmente da nossa região”, comentou.