Por Rafael de Menezes, professor de Direito Civil da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e juiz de Direito em Recife Incrível a percepção das pessoas que o mundo está piorando quando na verdade nunca vivemos tão bem.

Problemas existem?

Sim, mas cada vez menos, sob controle, com solução.

Escrever sobre isso se tornou indispensável essa semana quando dois amigos queridos, um médico, outro juiz, se mostraram desolados com os rumos do planeta.

Eu me assustei e retruquei: em que o mundo está pior do que no passado?

Um disse: a violência!

Então lembrei a ele que no século passado, quando nossos avós nasceram, a Europa se acabava na 1ª guerra mundial, onde em apenas uma batalha, no Rio Somme, morreram um milhão de pessoas, repito: um milhão de vidas numa única batalha, imagine em toda a 1ª guerra?

E ainda tivemos em seguida a 2ª guerra mundial, ambas com a participação do Brasil e que devastaram a Europa, regiões da África e da Ásia.

Atualmente o maior conflito armado no planeta é a guerra da Síria que ano passado fulminou vinte mil pessoas, terrível, abominável, claro, mas vinte mil bem distante do um milhão de vidas da batalha do Somme…

Alguém imagina hoje, por exemplo, que Europa vai entrar em guerra novamente por causa do Brexit?

Claro que não, a solução diplomática será o caminho.

O outro amigo se disse frustrado com o mundo por causa da fome, então apresentei os números do Brasil, poderia ter falado da redução da mortalidade infantil na África, mas me limitei ao nosso Brasil.

Um país que ainda não é rico, estamos em desenvolvimento, mas em cem anos elevamos a longevidade média da população de 33 pra 75 anos.

Ou seja, há cem anos, quando nossos avós nasciam, a média dos brasileiros morria aos 33 anos, e hoje mais que dobrou graças, sem dúvida, a mais comida, mais remédios, mais saúde, mais energia.

E por que essa percepção equivocada que o mundo está piorando contamina tanta gente?

Bom, a mídia tende a alardear notícias ruins, se um ônibus chega com segurança ao destino, não será manchete de jornal, mas se sofrer um acidente, a imprensa vai divulgar para vender o seu negócio.

Ainda, professores tendem a ser de esquerda, e contestam os benefícios que o mercado e o capitalismo trouxeram para a humanidade neste séc.

XXI.

Justifica-se o perfil socialista de muitos intelectuais, por que sua erudição não aceita modestamente que fazem parte de um processo natural, espontâneo e soberano como o mercado.

Então o professor insiste em engenharia social para regular o mercado através da força do Estado, com mais leis e regras, a açoitar o liberalismo econômico.

E que problemas nos afligem hoje?

No caso do Brasil a poluição pelo esgoto, a falta de saneamento é terrível ao nosso meio ambiente, mas é um problema que tecnologia resolve, precisa privatizar o serviço; outro problema: as drogas. É um problema de fartura, de excesso de remédios, concordo, mas preocupa todo cidadão; mais um problema que identifico: depressão, como combater?

Será que por termos reduzido a fome e as guerras no mundo, cresceu a angústia emocional?

Precisamos estar o tempo todo felizes e entretidos, isso nos deprime?

A refletir…

O fato é que, com o bombardeio na imprensa e na sala de aula, de jornalistas e professores de esquerda, a tendência das pessoas é achar que o mundo está piorando, quando em toda a história humana, desde a revolução industrial do séc XIX, nunca vivemos com tanta fartura.