Por José Paulo Cavalcanti Filho, em edição mais longa da sua coluna no Jornal do Commercio desta sexta-feira (11) Roma.
Trata-se do título de famoso romance (Animal Farm).
Segundo a Modern Library List, “um dos 100 melhores do Século XX”.
Do escritor inglês George Orwell.
Mesmo autor do clássico 1984.
O livro trata das fraquezas humanas.
Tudo começa quando o sr.
Jones, proprietário de uma fazenda, esquece de dar a ração diária dos animais.
Os jovens porcos Bola de Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon) lideram uma revolta.
E os humanos acabam expulsos de lá.
Porcos letrados criam 7 mandamentos.
Para os animais poucos inteligentes, resumidos em só um: “Quatro patos bom, duas patas mau”.
Mais importante é o último: “Todos os animais são iguais”.
Só que, aos poucos, o poder inebria os líderes.
Napoleão se torna um Ditador.
E altera o lema da Revolução, que passa a ser: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.
Agora descobriu-se, entre os papéis de Orwell, um novo capítulo (não publicado) do livro.
Sem que se saiba por que não foi acrescentado, nas edições seguintes.
Nele temos que a corrupção se disseminou, com Napoleão, na Quinta dos Animais.
A grana, que antes era de todos, passou a ir para o Partido dos Porcos.
Ou foi engordar os bolsos da companheirada.
O sr.
Jones, por vingança (mais que por interesse público), denunciou esses enriquecimentos ilícitos.
O MP ouviu.
Porcos amigos começaram a ir em cana.
Foi quando Napoleão decidiu reagir.
E prendeu o sr.
Jones.
Sob acusação de ter sido visto, em restaurante próximo, saboreando uma galinha.
Decidindo o Tribunal que a pena, para tão grave crime contra os animais, era a morte.
O sr.
Jones argumentou não haver, no CPP (Código Penal dos Porcos), tal crime.
Deu em nada.
Os Ministros decidiram que eles próprios, a partir de agora, é que fariam as leis.
Em cada caso.
E o pobre do sr.
Jones acabou perdendo (literalmente) a cabeça.
Depois da execução, soube-se de conversas entre os magistrados do caso.
No plenário do Tribunal dos Porcos.
Um: “Esse tal sr.
Jones queria o quê?
Prender companheiros porcos?
Ficou louco?”.
Outro: “É uma lição boa para ninguém mais se meter conosco”.
Um terceiro: “A força da Justiça vai pesar, agora, contra quem nos ameaça”.
No final da sentença de morte, foi definida uma alteração no lema da Revolução, que passou a ser: “Todos os animais são iguais; mas porcos, e seus amigos, estão acima de todos”.
O Presidente do Tribunal, encerrando a sessão, e olhando para as câmaras da TV Justiça com lágrimas nos olhos, sugeriu ainda um complemento, aplaudido freneticamente pelos Ministros presentes: “E porcos não poderão mais ser presos”.
P.S.
A notícia desse novo capítulo do livro é falsa, claro.