Por Luciano Siqueira (PCdoB), vice-prefeito do Recife em artigo enviado ao Blog Intervindo em debate acerca da conjuntura mundial e brasileira, o presidente da Fundação Mauricio Grabois, Renato Rabelo, observou que no tempo atual parcelas gigantescas de trabalhadores “vão sendo ‘liberados’ do trabalho – sofrem ameaças permanentes de desemprego, da crescente precariedade das novas ocupações, da queda do salário real, do aumento exponencial da desigualdade e da exclusão social.” Vivemos isso no Brasil dos nossos dias.
Tanto que se prever que mesmo que a economia venha a se reaquecer (o que não se prevê para agora), milhões de brasileiros devem continuar sem trabalho na próxima década.
Dados atualizados indicam que 12,5% da população economicamente ativa estão sem trabalho.
São 13,2 milhões de desempregados.
Somando-se os subempregados e desistentes de buscar trabalho (os desalentados) alcançamos 28,4 milhões.
Mesmo a leve melhora do índice de desemprego, recente, se dá em cima essencialmente de um micro empreendedorismo incerto, de ocupações precárias e da informalidade.
Em perspectiva, um cenário que tende a piorar globalmente.
O capitalismo da atualidade se apoio no rentismo exacerbado (fomentador permanente de capital fictício), na ultraconcentração da produção, da riqueza e da renda e na exclusão de crescentes contingentes de trabalhadores condenados a ocupações temporárias ou simplesmente à miséria.
Um sistema que não suporta relações democráticas, porque crescentemente contestado; nem dialoga com as necessidades básicas da maioria da população do planeta.
O que ocorre no Brasil, sob a fachada de nova política econômica redentora não passa de um acomodamento aos padrões ditados pelos países capitalistas centrais.
Um caminho que inevitavelmente nos conduz ao desastre.
A resistência há que se fazer basicamente em dois planos: o debate de ideias que fortaleça a análise crítica e a formulação de um programa mínimo alternativo que aponte para um novo projeto de desenvolvimento nacional; e a mobilização social, especialmente das extensas camadas da classe trabalhadora.
Para que possamos nos livrar da praga do desemprego crônico e da regressão econômica e social.