O senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB, lider do governo Bolsonaro no Senado, deve subir à tribuna, nesta terça-feira, para discursar sobre a questão da manutenção da liderança após operação da PF, na semana passada.

Nesta terça-feira (24), o presidente do STF, Dias Toffol,i recebeu no Supremo 15 senadores, entre eles o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Eles foram a pé do Congresso até o tribunal para pedir um posicionamento do Supremo a respeito do tema.

A inciativa ocorre após o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso ter autorizado, na semana passada, uma busca e apreensão no gabinete do senador Fernando Bezerra (MDB-PE), a pedido da Polícia Federal (PF), mas para a qual a então procuradora-geral da República Raquel Dodge havia dado parecer contrário, por considerar a medida “invasiva” e “desnecessária”.

O parlamentar é investigado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse nesta terça (24), que o plenário da Corte deve discutir sobre a concessão de medidas cautelares contra parlamentares, entre elas buscas e apreensões no Congresso, sem que haja o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). “É um tema importante.

Não me lembro, nesse período que estou aqui, nem em plenário, nem em turma, da discussão a respeito dessa possibilidade de um atendimento diretamente [DE PEDIDO]da polícia sem o aval da Procuradoria-Geral”, disse. “Vamos analisar o caso, acho que é um caso de tão grande importância até para definir futuras ações”, acrescentou.

Toffoli evitou, porém, dar prazo, afirmando que a questão “tem que ser amadurecida, tem que ser bem pensada”, e que qualquer decisão, se tomada, “vai ser tomada colegiadamente, justamente para estabelecer um marco”.

Alcolumbre manda adiar análise de emendas da Previdência Da Agência Senado Por determinação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em acordo com os líderes partidários, foi adiada para a próxima terça-feira (1º) a análise das emendas da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), inicialmente agendada para a manhã desta terça (24).

Davi convidou as lideranças e vários senadores para acompanhá-lo ao Supremo Tribunal Federal no final da manhã, para uma reunião com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.

Eles foram conversar sobre a suspensão de uma liminar contra a busca e apreensão realizada no Congresso Nacional. “Na próxima terça pela manhã vai ser votado na CCJ e na próxima terça à tarde e à noite vai ser votado no primeiro turno [em Plenário].

Não há adiamento na reforma da Previdência. É engraçado que fica a informação ou aparente informação de que uma reunião do Congresso Nacional, dos líderes partidários no Supremo Tribunal Federal para restabelecer a harmonia e independência dos Poderes, parece que essa reunião atrasa o calendário da reforma.

Não sei quem está falando isso”, disse Davi.

Erro A presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS), considerou um erro o adiamento, mas afirmou que, apesar da pausa, o calendário de votação da PEC no Senado segue mantido.

Deve haver quebra de interstício em Plenário, após a votação em primeiro turno, para garantir a aprovação da proposta em segundo turno até o dia 10 de outubro. “Houve um cancelamento diante dos episódios dos últimos dias, diante de uma concertação que os líderes acham necessário para efeito até de contar voto, acharam por bem que pudéssemos cancelar.

Teremos Congresso Nacional [terça-feira, 24] à tarde, amanhã [quarta-feira, 25] teremos a sabatina do Dr. [Augusto] Aras [indicado para a Procuradoria Geral da República] com votação em Plenário, ficando para a terça-feira que vem a votação da reforma da Previdência na CCJ e até a quarta, em Plenário”, disse Simone em entrevista após o adiamento.

De acordo com manifesto elaborado pelo grupo de parlamentares autodenominado Muda Brasil, apresentado pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS) na semana passada, há insinuações de que o governo estaria liberando recursos de emendas parlamentares em troca do voto favorável à reforma da Previdência (PEC 6/2019).

Questionada pela imprensa se esse adiamento não “pegaria mal” para a Casa, Simone foi enfática: “Não sou líder, fui voz vencida, eu e o vice [senador Jorginho Mello (PL-SC)] achávamos que tinha sim prazo dentro do calendário, conseguiríamos votar a reforma da Previdência até as três da tarde pra não prejudicar o Congresso, mas houve uma determinação do presidente da Casa junto com os líderes e nós temos que acatar.

O que está por trás disso?

Acho que é um contexto de situações.

Como não sou líder, não posso dar juízo de valor se acertaram ou não, vou dizer por mim, na minha visão houve um erro estratégico”, pontuou.