O presidente Jair Bolsonaro visita Nova York para discursar na ONU e encontrar com seu mais forte aliado político no exterior, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Após o Brasil ter ficado no centro das atenções globais por conta dos incêndios na floresta amazônica, o líder brasileiro tem outros temas a tratar com sua visita aos EUA, especialmente após a Medida Provisória (MP) de Liberdade Econômica ter se tornado lei.
Na avaliação de especialistas, ela guarda semelhanças com a política tributária que Trump aplica durante sua gestão.
Analista político e economista, Carlo Barbieri, que atua nos EUA há mais de 30 anos, acredita que é o momento do chefe de Estado brasileiro costurar uma rede de apoio para melhorar sua imagem internacionalmente, principalmente após o parlamento austríaco ter votado uma moção para minar o acordo entre Mercosul e a União Europeia.
Outra análise é que Bolsonaro precisa buscar contrapartidas vantajosas ao Brasil após as concessões feitas ao líder norte-americano em 2019, como a cessão da base aérea de Alcântara, no Maranhão, para exploração comercial dos EUA e o aumento do limite de importação sem impostos do etanol americano, pulando de 600 milhões de litros para 750 milhões de litros ao ano.
MP tem semelhanças com modelo americano Na avaliação do economista, a nova Lei de Liberdade Econômica, sancionada na última sexta-feira (20) pelo presidente Bolsonaro, tenta reduzir a burocracia nas atividades econômicas do país. “O presidente dos Estados Unidos também anunciou, em janeiro de 2018, uma política tributária nova para o país que já pode ter os resultados mensurados.
O economista brasileiro e analista político Carlo Barbieri pode comparar o modelo aplicado pelos EUA ao proposto agora no Brasil.”, diz Carlos Barbiere. “O governo Brasileiro espera que as mudanças vindas com a nova lei facilitem e deem mais segurança jurídica aos negócios e estimulem a criação de empregos.
Pelas contas da equipe econômica, a medida pode gerar, no prazo de dez anos, 3,7 milhões de empregos e mais de 7% de crescimento da economia.
A desburocratização é um tema defendido por Bolsonaro desde sua campanha à presidência da República, que teve como uma das promessas “tirar o Estado do cangote” das pessoas e das empresas”, contextualiza.
Trump considerou, à época, sua nova medida fundamental para revitalizar a atividade econômica e colocar o crescimento anual do país em um ritmo superior a 3%.
A previsão era que os lucros dos bancos e outras companhias aumentasse no médio e no longo prazos.
Isto porque ela reduziu os impostos das empresas de 35% para 21%, o maior corte de dos últimos 30 anos.
Outra mudança aplicada por Trump foi a cobrança de uma taxa única de um dígito sobre lucros repatriados.
A reforma também simplificou o pagamento de impostos de pessoas físicas, reduzindo as faixas de cobrança de sete para quatro: 12%, 25%, 35% e 39,6%.