O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo, nos Estados Unidos, que o governo deverá usar a viagem a Nova Iorque para “desmistificar essa falsa ideia de que houve um desmonte do sistema ambiental”.

A viagem de Salles acontece ao mesmo tempo em que a Assembleia-Geral das Nações Unidas, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) discursa na próxima terça-feira (24).

Para o ministro, “não é verdade que o Brasil não se importa com meio ambiente”. “Temos que esclarecer tudo isso para que essas mentiras ou desinformações não continuem a ser repetidas”, disse ao Estadão.

LEIA TAMBÉM » Brasil não fará parte da cúpula do clima porque não mostrou interesse, afirma ONU A política do governo federal para o meio ambiente tem sido criticada internacionalmente após o aumento dos focos de queimada na Amazônia.

Salles avaliou que deve ser incentivada a política econômica na região amazônica. “Nós deixamos 20 milhões de brasileiros para trás na Amazônia, que é a região mais rica do Brasil em termos de recursos naturais, mas com o pior índice de econômico.

Entendemos que essa não é a maneira adequada”, afirmou.

PROJETO COMPROVA » É falso que aviões israelenses tenham sido enviados para apagar incêndio na Amazônia brasileira » Postagem exagera ao creditar apenas a Bolsonaro liberação de 2,6 bi para educação e Amazônia » É falso que vídeo mostra apreensão de diamante gigante retirado da Amazônia por ONG estrangeira » É falso que Lula tenha vendido solo da Amazônia para empresa norueguesa em documento secreto » É enganosa publicação que associa, sem evidências, ONGs da Amazônia à exploração de riquezas minerais » Chuvas não impedem desmatamento na Amazônia; saiba como são feitas as medições do Inpe O ministro disse ainda ao Estadão que o país aceitaria investimentos estrangeiros para a área. “Mas tem um ponto: o Brasil não abre mão de escolher como usar os recursos recebidos de qualquer forma - fundo perdido, cooperação, financiamento, empréstimo.

Nenhum estrangeiro vai dizer qual política pública nós temos que adotar”.

Em uma transmissão ao vivo, Bolsonaro classificou como “esmola” US$ 20 milhões oferecidos pela cúpula do G7 para ajudar a combater as queimadas na Amazônia, em meio a uma crise entre o brasileiro e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Paulo Câmara Opositor de Bolsonaro, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também viajou para Nova Iorque, onde participará da Semana do Clima, evento paralelo à Assembleia da ONU.

O socialista estará em diversos eventos entre a segunda (23) e a quarta-feira (25) e será representante do Nordeste e em um encontro com a US Climate Alliance, grupo formado por 24 estados norte-americanos após a decisão anunciada por Donald Trump de abandonar o Acordo de Paris.