Depois de dois anos no comando da SDS e um ano de implantação do modelo de vigilância japonês em trechos de Boa Viagem, o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antonio de Pádua, tem resultados a comemorar não apenas no Pacto pela Vida, mas também com o modelo que aposta na proximidade com a população para a prevenção social.

De acordo com os dados da SDS, os crimes violentos contra o patrimônio caíram quase à metade após um ano de atuação de efetivo do 19º BPM em área de 4 km² do bairro de Boa Viagem.

Nesta quarta-feira (18/09), às 9h30, Pádua participa da celebração de um ano da base em Boa Viagem.

O êxito do projeto “Nossa Presença, Sua Segurança” – iniciado em agosto de 2018 na área de 4 km² compreendida entre as Ruas Bruno Veloso, Barão de Souza Leão, Fernandes Simões Barbosa e Avenida Desembargador José Neves – será comemorado na base da Avenida Visconde de Jequitinhonha, com a presença do secretário Antonio de Pádua.

De acordo com a SDS, de 13 de agosto de 2018, data de lançamento do projeto na Zona Sul do Recife, até 12 de agosto de 2019, ocorreram 277 Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) no quadrante atendido pelo policiamento comunitário, 190 a menos do que no mesmo período entre 2017 e 2018. “A partir do monitoramento policial, que alia patrulhamento constante nas ruas às visitas sistemáticas a estabelecimentos comerciais e residências, o roubo a transeuntes foi a modalidade que mais diminuiu: -44%, saindo de 299 para 166 casos relatados às polícias.

Além disso, o número de veículos roubados ou furtados nessa região despencou de 103 para 63, isto é, -39%.”, informam.

Na avaliação da pasta, são resultados expressivos em um território complexo como é Boa Viagem, caracterizado pelo intenso fluxo de moradores, turistas e população flutuante em uma zona de comércio e de rede hoteleira e bancária abundantes. “Ainda temos, dentro da área de atuação do sistema Koban, três áreas de vulnerabilidade social, nas comunidades do Veloso, Entra Apulso e Pocotó. É inegável que a presença dos policiais militares, imbuídos de uma nova filosofia de segurança fincada na prevenção social, teve impacto na atitude de todos que vivem nessa região.

As pessoas passaram a se sentir parte fundamental de um processo cujo objetivo é a pacificação, o qual já vem dando resultados robustos”, disse o secretário Antonio de Pádua.

Segundo o coordenador estadual de Polícia Comunitária, Major Oliveira Júnior, o cerne do trabalho dos 24 policiais militares do 19º Batalhão da PM envolvidos no primeiro Koban instalado naquela área geográfica é construir e ampliar uma rede de segurança local, na qual todos contribuem para um ambiente mais seguro. “A ideia é que o policial seja conhecido como o policial da área, capaz de monitorar o ambiente, a vítima e o potencial autor, a fim de identificar atividades delituosas e prevenir reincidências.

Esse monitoramento ocorre por meio de diversas estratégias, como a formação de uma rede de vizinhos, abordagens sistemáticas e o mapeamento do ambiente.

Nossos policiais conversam para angariar parceiros, fazendo visitas técnicas preventivas, pois quanto mais próximos estamos, mais real é a nossa leitura da população com a qual trabalhamos.

Nosso foco maior é sempre buscar a ausência do crime, a prevenção”, detalha.

O oficial foi o representante brasileiro no Curso de Gestão em Policiamento Comunitário realizado em julho de 2018 no Japão, e também integra a Diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). “Periodicamente, os policiais confeccionam relatórios sobre os resultados alcançados, as dificuldades e as ideias para solucionar problemas de segurança, o que inclui observar a necessidade de melhoria de fatores urbanísticos associados à violência.

Um exemplo foi a obtenção, com a Prefeitura, da melhoria da iluminação e da recuperação do calçamento numa rua onde os motoristas, obrigados a reduzir a velocidade devido aos buracos, eram alvo constante de investidas de criminosos”.