O resultado do PIB no segundo trimestre afastou o temor de o país adentrar em uma recessão técnica – quando da ocorrência de duas quedas trimestrais consecutivas. “Contudo, o resultado reforma o cenário macro deste ano, com atividade fraca, mercado de trabalho crítico e economia estagnada, ainda sem força para finalmente se livrar das sombras da crise econômica que engoliu o país nos últimos anos”, afirma a economista-chefe da REAG Investimentos, Simone Pasianotto.
A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro trimestre, na série com ajuste sazonal, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira. “A REAG projetava alta de 0,5%, enquanto o consenso de mercado previa crescimento de 0,2%”, comenta Simone.
O resultado do segundo trimestre (na comparação com os três primeiros meses do ano) foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e construção (1,9%), que juntas representam 70% do setor.
O setor de serviços teve avanço de 0,3%, com destaque para as atividades imobiliárias (0,7%) e comércio.
O setor agropecuário, por outro lado apresentou queda de -0,4% no período.
Nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro, o PIB acumulado é de 0,7% e na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia apresenta elevação de 1%. “O carry over (carregamento, transferência) para o ano de 2019 aponta um crescimento entre 0,6% e 0,7%.
Assim, para alcançar nossa projeção de alta de 0,94% para este ano, seria necessário um crescimento médio entre 0,35% e 0,40% nos próximos trimestres.
Ainda que pareçam números fáceis de se alcançar, ainda param dúvidas que a economia tenha tração suficiente”, explica a economista. “A REAG, contudo, se mostra mais otimista do que a média do mercado, apostando em uma recuperação marginal no mercado de trabalho e desempenho da indústria mais encorpado, além de considerar o estímulo pontual gerado no segundo semestre por conta da liberação do FGTS.
Para 2020, mantemos nossa projeção de crescimento de 2%”, disse Simone.
Indústria cresce em 7 Estados brasileiros, em julho O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional.
O levantamento aponta que a indústria nacional recuou em sete Estados brasileiros, mas em contrapartida avançou em oito regiões no mês de julho, na comparação com o mesmo período de 2018.
Dentre as regiões que apresentaram crescimento estão: Rio de Janeiro (4,8%), Paraná (4,8%), Pará (3,4%), Goiás (2,1%), Rio Grande do Sul (1,8%), Santa Catarina (1,4%), Ceará (1,9%) e Amazonas (0,3%).
Já os Estados que apresentaram queda foram Espírito Santo (-14,2%), Pernambuco (-10,2%), Minas Gerais (-6,5%), Bahia (-5,6%), Mato Grosso (-3,2) e São Paulo (-2,7%).