Jair Bolsonaro (PSL) foi criticado nesta quarta-feira (4) pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera.
O chileno afirmou, em pronunciamento oficial, que não compactua com as falas de Bolsonaro, que atacou o pai de Michele Bachelet, morto pela ditadura militar do país.
Piñera é um dos principais aliados regionais de Bolsonaro.
O presidente chileno afirmou ter “compromisso com a democracia, a liberdade e o respeito aos direitos humanos” e disse que, apesar de existirem visões distintas sobre os governos nos anos 1970 e 1980, elas devem ser expressa “com respeito às pessoas”.
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Por José Paulo Cavalcanti Filho» MPF denuncia delegado que disse ter transportado corpo de Fernando Santa Cruz» Bolsonaro está namorando a ideia do autoritarismo, diz Felipe Santa Cruz “Senhora Michele Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet (Augusto Pinochet, que governou o Chile de 1973, quando foi dado o golpe militar, a 1990) derrotar a esquerda em 73, entre eles seu pai, o Chile seria uma Cuba”, afirmou Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
Bachelet é a alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos e ex-presidente do Chile.
Em entrevista, ela afirmou que vê uma redução do espaço democrático no Brasil e criticou a violência policial.
O pai da ex-presidente do Chile, o general Alberto Bachelet, morreu em 1974, um ano após o golpe militar, na cela onde estava preso.
De acordo com o projeto Memória Viva, o Serviço Médico Legal (SML) chileno confirmou que as torturas a que foi submetido provocaram a parada cardíaca que o matou. » Contratos de empresa do presidente da OAB com estatais não foram obtidos em licitação, mas são regulares» Pai de presidente da OAB foi vítima do regime militar e não dos próprios companheiros» Palácio do Planalto distribui vídeo em defesa do golpe militar de 1964» Com presença de Bolsonaro, oito países criam Prosul Piñera afirmou não compartilhar a fala de Bolsonaro, “especialmente em um tema tão doloroso como a morte do seu pai”.
Além de atacar o pai de Bachelet, Bolsonaro afirmou que “parece que quando tem gente que não tem o que fazer, como a senhora Michele Bachelet, vai lá para a cadeira de direitos humanos da ONU”.
Além disso, acusou a ex-presidente de estar “defendendo direitos humanos de vagabundos”.
Bolsonaro ainda voltou a fazer as declarações nas redes sociais.
Felipe Santa Cruz Bolsonaro também atacou o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, em agosto.
O pernambucano Fernando Santa Cruz desapareceu em 1974, durante a ditadura militar no Brasil.
De acordo com a Comissão da Verdade, agentes da repressão foram responsáveis pelo assassinato dele.
Em entrevista ao Resenha Política, na semana passada, Felipe criticou Bolsonaro.
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