Manifestantes de grupos como o Vem Pra Rua e o Liberta Pernambuco protestam neste domingo (25) na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, pelo impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
O ato também reivindica o veto, por Jair Bolsonaro (PSL), do projeto de lei do abuso de autoridade, aprovado na Câmara dos Deputados.
Além disso, é a favor do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
LEIA TAMBÉM » Grupos de direita aproveitam protesto para criticar Paulo Câmara e Geraldo Julio Durante o protesto, manifestantes encenaram, de cima de um caminhão, um “enterro” da Operação Lava Jato, em crítica ao STF.
Usando roupas que simulavam togas e máscaras dos ministros, eles carregavam um caixão com o nome da ação.
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem “Estamos observando que os ministros do Supremo vêm fazendo diversas arbitrariedades contra a sociedade brasileira, eles vêm se blindando por conta do poder, estão, inclusive, cerceando até a imprensa.
Quando as investigações chegam em torno dos seus familiares, eles simplesmente suspendem, isso é inconstitucional”, afirmou a coordenadora do Vem Pra Rua em Pernambuco, Maria Dulce Sampaio.
Lula O ato defende que seja mantida a prisão do ex-presidente Lula (PT).
Para a representante do movimento, “os ministros do STF fazem de tudo para soltá-lo”.
Lula está preso desde abril de 2018, após ter sido condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).
Desde então, o Supremo já negou mais de uma vez soltar o ex-presidente.
A última foi em junho.
Está na pauta da Segunda Turma da Corte, na próxima terça-feira (27), um pedido da defesa de Lula para suspender uma ação na qual o ex-presidente é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht em através de um terreno para o Instituto Lula e do aluguel de um imóvel.
O caso não é o mesmo que levou o petista à prisão.
Maria Dulce Sampaio, no entanto, aproveitou para defender o ministro Sérgio Moro, que condenou Lula na ação do triplex quando era juiz à frente da 13ª Vara Federal em Curitiba (PR).
A defesa do ex-presidente o acusa de perseguição desde a condenação, há dois anos, críticas que se intensificaram após a divulgação de mensagens vazadas atribuídas ao ex-magistrado. “Essas mensagens hackeadas de forma criminosa não merecem credibilidade”, afirmou. “A gente viu que as mensagens não tem nada a ver, elas foram mensagens de combinação.
Os ministros estão defendendo a impunidade dos políticos corruptos”.
Sucessão de Raquel Dodge na PGR Ainda em defesa de personagens que estiveram à frente da Lava Jato, a coordenadora do Vem Pra Rua propôs a nomeação do chefe da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Questionado sobre o nome de Dallagnol para conduzir o Ministério Público Federal (MPF), Bolsonaro afirmou à Folha de S.
Paulo: “Manda ele me procurar, por que não me procurou até hoje? É muito simples.
Todos querem ser procurados.
Eu não procurei ninguém.
A caneta BIC é minha”.
PL do abuso de autoridade Estava na pauta ainda o projeto de lei 7.596/17, que define os crimes de abuso de autoridade.
O texto engloba atos cometidos por servidores públicos e membros dos três Poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas.
Aprovado no Senado em 2017, o texto prevê que poderá ser considerado abuso de autoridade obter provas por meios ilícitos; executar mandado de busca e apreensão em imóvel, mobilizando veículos, pessoal ou armamento de forma ostensiva, para expor o investigado a vexame; impedir encontro reservado entre um preso e seu advogado; e decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado sem intimação prévia de comparecimento ao juízo.
A proposta seguiu diretamente para sanção de Bolsonaro, por não terem sido feitas modificações na Câmara dos Deputados. “Como a própria lei já fala, ela vai limitar a ação da autoridade no nosso país.
A gente não pode deixar que isso aconteça”, afirmou o presidente do Liberta Pernambuco, Wilker Cavalcanti. “Não adianta o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegar e dizer que é um avanço para o Código Penal brasileiro, que é um avanço para o nosso país, porque não é.
Pelo contrário, é um retrocesso.
Grandes instituições do nosso país estão contra esse PL.
Nós também, como brasileiros de bem, estamos contra ele”.