O relator (PEC 45/2019) da comissão especial que analisa a reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que pretende ouvir e agregar sugestões ao texto que será apresentado para votação no colegiado.
Nesta terça-feira (13), os integrantes da comissão conheceram o cronograma de trabalho sugerido pelo relator.
Ribeiro anunciou, inclusive, que trabalha para entregar seu parecer final no dia 8 de outubro. “É você ter um texto que possa representar a maioria do pensamento da Casa.
Eu não vou ignorar todo o trabalho que já foi feito aqui.
Evidentemente, nós vamos ouvir o governo, os entes federados e vamos ouvir os setores.
Nós vamos fazer um amplo debate”, pontuou o parlamentar.
O colegiado vai se reunir às terças-feiras, na Câmara.
Nesses dias, a intenção é que a comissão promova debates e audiências públicas, com a presença de representantes do governo federal e de setores da economia, além de especialistas em tributação.
O primeiro debate está marcado para o dia 27 de agosto e o tema será “Expectativas sobre o Impacto da Reforma Tributária”.
Além disso, os membros da comissão especial vão percorrer todas as regiões do país, com objetivo de ouvir as demandas de representantes dos estados e municípios.
Essas reuniões serão realizadas nas segundas ou sextas-feiras.
O Centro-Oeste será a primeira região do país a receber os parlamentares no início de setembro.
Ao todo, entre a apresentação do cronograma de trabalho e a data de entrega do relatório, serão 58 dias.
Em seguida, o texto precisa ser aprovado no colegiado e, a exemplo da reforma da Previdência, passar pelo plenário da Câmara, com 308 votos favoráveis, em dois turnos, antes seguir para o Senado.
O autor da proposta, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), acredita que a reforma tributária vai ser aprovada na Câmara ainda este semestre. “Eu acho que o cronograma apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro é muito coerente.
Eu acho que vai dar tempo para fazer esse debate”, projeta o autor do projeto.
Rossi admite, no entanto, que “finalizar um texto com essa magnitude” não é algo simples”. “Nós precisamos de tempo, de audiências públicas, de visitas aos estados, de dialogar com os setores envolvidos”, completou.
O que muda A PEC 45/2019, em tramitação na Câmara, foi elaborada pelo economista Bernard Appy, do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), e apresentada pelo deputado Baleia Rossi.
A proposta pretende tornar a arrecadação de impostos mais simples no país e diminuir os custos com burocracia, processos judiciais e distorções que forçam o aumento dos preços de bens e serviços.
Entre outros pontos, o projeto extingue três tributos federais – IPI, PIS e Cofins –, o ICMS, que é estadual, e o ISS, municipal, todos incidentes sobre bens e consumo.
No lugar deles, será criado o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), de competência de municípios, estados e União, além de um outro imposto sobre bens e serviços seletivos, unificando cinco impostos em apenas um.
No Senado, outra PEC (110/2019), também pretende modernizar o modelo de arrecadação de impostos.
O texto é baseado no projeto do então deputado Luiz Carlos Hauly, apresentado no governo Temer, e aguarda para ser analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa.
A proposta está sob relatoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA).
Com informações da Agência do Rádio Mais