Bom prenúncio Por Luciano Siqueira, especial para o blog de Jamildo Os mais vividos haverão de lembrar o “efeito Orloff“.
Foi um desses comerciais de televisão que ficaram no ar por muito tempo em razão do sucesso que obtiveram.
Nunca me interessei em saber se a vodka Orloff aumentou suas vendas por isso.
Mas a frase “eu sou você amanhã“ ficou para sempre.
A oposição acaba de vencer, por largar margem (Alberto Fernández 47% versus Mauricio Macri 32%), as eleições primárias na Argentina.
As “primárias” existem desde 2009, com o propósito de diminuir o número de candidaturas que concorrem.
As que obtiverem menos de 1,5% dos votos não estarão habilitadas a disputar o primeiro turno, marcado para 27 de outubro.
Os resultados do domingo passado são o prenúncio de uma derrota definitiva do atual presidente Macri. É a rejeição, por larga maioria da população portenha (75% dos eleitores habilitados foram às urnas), da política econômica ultraliberal de vigente, que tem mergulhado o país em profunda e prolongada crise.
Cada país tem suas particularidades.
Nunca se deve fazer comparações, ou transposições mecânicas da situação de um para o outro.
Mas há muita semelhança entre a Argentina e o Brasil hoje.
Na essência, perseguem o modelo econômico.
Macri hoje é o Bolsonaro de amanhã?
A hipótese é muito plausível.
E desejável.
Tanto que Bolsonaro, em conversa recente com o presidente Trump, dos Estados Unidos, chegou a sugerir que o norte-americano fizesse uma visita a Buenos Aires, no início do processo eleitoral, no pressuposto de que isto poderia ajudar seu colega argentino.
Vale acompanhar atentamente.
Com um olho lá e o outro cá.