Nesta terça-feira, várias entidades convocaram protestos contra políticas do governo.
Protestos e paralisações são atividades legítimas.
O que não é legítimo, no entanto, é fazer a coletividade bancar essas atividades.
E é exatamente isso que está ocorrendo.
Profissionais de escolas e universidades públicas aderiram as manifestações cancelando aulas e fechando as instituições.
Ainda assim, continuarão recebendo o dinheiro do pagador de impostos como se estivessem trabalhando normalmente.
Sim, a coletividade os pagou para lecionarem, mas eles receberão o dinheiro e usarão o tempo que foram pagos para estar em sala de aula numa causa puramente política.
Não há problema algum em manifestar-se politicamente.
Não há problema em organizar movimentos políticos.
E muito certamente não há problema em fazer protestos.
Pelo contrário, essas são liberdades essenciais para uma sociedade democrática.
No entanto, a coisa muda de figura quando toda a coletividade é obrigada a sustentar essa manifestação política, concordando com ela ou não.
Esta não é apenas minha opinião.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu que é dever do administrador público descontar os dias parados em caso de greves (RE 693456).
Em seu voto, o Ministro Roberto Barroso salientou que “o corte de ponto é necessário […]para que a paralisação, que gera sacrifício à população, não seja adotada pelos servidores sem maiores consequências”.
O próprio Lula quando era presidente dizia que greve sem desconto no salário é igual a férias.
E esta é a prática no resto do mundo.
Lá fora, não importa se você está na iniciativa privada ou no governo.
Se você resolveu não trabalhar para comparecer a um protesto, você também não receberá pelo dia em que não trabalhou.
No Brasil, movimentos políticos estão viciados em recolher o dinheiro do pagador de impostos para avançar suas agendas.
Isso tem que parar! É absurdo que quem se diz defensor do trabalhador não pensar duas vezes na hora de meter a mão na carteira dele, se isso significar mais dinheiro para sua causa.
Existem formais mais corretas de se financiar um movimento político.
Sindicatos e partidos políticos estrangeiros costumam recolher, ao longo dos meses, contribuições entre os seus membros para bancar esse tipo de ato, inclusive, bancar o salário de quem faltou no seu trabalho para comparecer ao protesto.