Por Manoel Fernandes, Diretor BITES, especial para o Blog de Jamildo Em 09 de junho passado, o site The Intercept Brasil começou a publicar as conversas extraídas dos celulares de procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro.

Dois meses após, BITES avalia que esse tema está perdendo tração junto à opinião pública digital.

Também consideramos que o maior impactado até agora é o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que conseguiu o apoio de alguns aliados, mas sem volume suficiente para enfrentar o pacote de denúncias do The Intercept.

Nesse aspecto, a performance de Moro é mais substantiva na resposta dos seus fãs, revelando que o seu capital digital ainda não foi impactado com os artigos do jornalista Gleen Greenwald.

A taxa de compartilhamento dos posts do ministro no Twitter (quando um seguidor republica o conteúdo para a sua rede de amigos), no período analisado, cresceu 54% contra a queda de 9% registrada do perfil do presidente Jair Bolsonaro.

Em valores absolutos, Bolsonaro continua sendo muito mais expressivo que o seu auxiliar, mas a opinião pública digital, considerando apenas o Twitter, está mais interessada em ajudar na defesa de Moro.

O ministro ainda é um ativo importante para o governo e ainda está no jogo.

The Intercept assiste a uma redução da audiência.

A página não conseguiu repetir até agora o resultado de 10,4 milhões de visitas em junho e deve fechar agosto, segundo as nossas projeções, em cerca de 2,4 milhões de visitas.

Esse resultado está bem próximo a 1,9 milhão visitas registradas em fevereiro.

Em contraposição, a audiência do site O Antagonista, o maior crítico digital de Gleen Greenwald, só cresce desde maio chegando aos atuais *34 milhões em julho.

Os números abaixo foram a base da nossa análise: 1.

Em abril passado, a página do site do jornalista Gleen Greenwald saiu de 1,7 milhão de visitas para o pico de 10,4 milhões em maio, chegando em julho com 5,6 milhões.

Considerando a média de 186 mil visitas diárias registradas até 09 de agosto, a audiência do site pode chegar a 2,4 milhões de visitas em agosto, o que representaria uma queda de 57% em relação ao mês de julho, segundo os dados levantados pelo Sistema Analítico BITES. 2.

No mesmo período, a audiência do principal adversário digital do The Intercept cresceu.

O site O Antagonista dos jornalistas Diogo Mainardi e Mario Sabino saiu de 30,8 milhões de visitas mensais em maio para os atuais 34,4 milhões.

Esse dado aponta que as narrativas construídas pelo O Antagonista, na sua maioria contrárias ao que Greenwald vem publicando, podem estar gerando maior dispersão junto à opinião pública digital, criando uma onda no sentido contrário do site The Intercept.

De certa forma, a propagação digital ajuda o ministro da Justiça na sua defesa. 3.

No contexto dos três principais personagens dessa novela – o ministro da Justiça, Sérgio Moro; o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol; e o jornalista Gleen Greenwald, o primeiro foi mais citado no Twitter até agora.

Foram 13 milhões de posts em torno do ex-juiz contra 3,4 milhões para Dallganol e 2 milhões sobre o jornalista.

Dentro do contexto de sentimento, entre as dez hashtags mais utilizadas nos tweets, a recordista para Moro era positiva. #Detonatudomoro foi utilizada 754 mil vezes contra 229 mil posts em torno de #deltannaPGG, a hashtag de maior repercussão sobre o procurador.

A expressão #vazajato alcançou 1,8 milhão de tweets. 4.

Apenas com um perfil oficial no Twitter, Moro cresceu em 39% a sua base de seguidores desde o primeiro artigo do The Intercept.

A taxa de compartilhamento dos seus posts variou positivamente 54,6% nos últimos 30 dias.

Hoje, o ministro tem 1,2 milhão de fãs no Twitter.

Desde 09 de junho, ganhou 356 mil. 5.

Dallganol também conquistou novos adeptos nos seus perfis oficiais no Twitter e Facebook (199 mil), mas a soma de RTs e compartilhamentos em torno dos conteúdos do procurador ficou abaixo de Moro: 773 mil contra 982 mil. 6.

A queda do interesse pelo assunto também se reflete nas buscas realizadas no Google Brasil.

Deltan sempre despertou mais curiosidade do que Moro e hoje, na escala de 0 a 100 definida pela empresa para medir o grau de interesse dos usuários do seu serviço, o procurador está em 14 e o ministro em 7.