Nesta semana que passou, o especialista em varejo Carlos Ferreirinha, em palestra no evento RioMar com o Mercado, nesta quarta-feira, no Recife, exortou as pessoas a trabalharem com a ideia de que não existe mais limites entre o físico e o digital e que esta orientação pode ser um importante diferencial competitivo, no varejo moderno. ‘Não há mais espaço para quem não se dedica ao digital.
Os limites entre o físico e o digital acabaram’, disse o consultor de varejo.
No entanto, apesar da evolução do processo digital, em todo o mundo, o consultor sugeriu várias ações que podem ajudar e impactar positivamente empresas de varejo nos dias de hoje. “Não há espaço para esperar pelo investimento público.
Cuide do seu entorno.
Veja como você pode favorecer o entorno.
Envolva a comunidade.
Quem quer estar em uma rua escura?
Como está a rua em volta de você?
Faça o seu papel de impactar.
As pessoas vão aproveitar a possibilidade de estarem mais próximas.
São o que chamamos de gentilezas urbanas”, explicou.
Na palestra, o consultor exemplificou com uma ação de um centro comercial em NY em que os construtores criaram um plano de relacionamento para todo o entorno do projeto.
Todas as pessoas que forem morar no novo bairro vão contar com um cartão de descontos. “Todo mundo que morar e trabalhar lá terá um cartão de relacionamento, que dá acesso a todos os lugares”.
Noutro momento, pedindo que as pessoas pensasem fora da caixa, ele citou uma loja de varejo que simplesmente aboliu toda a embalagem (100% pack free). “Simplesmente não tem sacola. tem como dizer que essa empresa não se preocupa com a questão do lixo no mundo?”, questionou.
Em outro momento significativo, Carlos Ferreinha alertou aos empreendedores que olhassem ‘a energia jovem’, o espírito Millenium, como uma possibilidade de negócios ou tendência. “Há uma parcela considerável da população que chegou aos 50 anos, mas tem uma cabeça de 30 anos. É jovem na idade e no espírito.
Não são mais jovens e não são mais velhos.
Temos que aprender a falar com estas pessoas. temos que aproveitar esta curva de envelhecimento (do Brasil e do mundo).
Qual o impacto que haverá por exemplo no turismo?
As pessoas estão dirigindo cada vez mais velhas e com energia…” Como exemplo, Carlos Ferreirinha citou uma campanha recente da Red Bull, bebida energética associada aos jovens, mas que fez uma publicidade especialmente dirigida às pessoas de meia idade. (Lift up your age.. fresh up your life).
Um dos motes da palestra de Carlos Ferrerinha era justamente pensar fora da caixa e tentar imaginar novas possibilidades (Ferreirinha citava as palavras limiteless and no bounderies).
O objetivo era que os ouvintes buscassem uma perspectiva nova para seus negócios ou inspiração. “Sejam corajosos, sejam legais, sejam bons e enxergue todas as perspectivas”, recomendou.
A Amazon, no Brasil conhecida mais como uma empresa que vende livros, foi usada como exemplo de diversificação. “Eles não são mais apenas um site de vendas.
Como a Alibaba, que tem a Aliexpress.
Por exemplo, nos Estados Unidos, a Amazon já é a maior plataforma de lavagem de carro.
Você pede pelo aplicativo e eles levam o seu carro para lavar.
Você precisa de alguém para passear com seu cão?
Você pede e um dog walker vai levar seu pet para um passeio”, citou. “Já a Starbucks, em NY, criou uma nova loja completamente diferente do que é seu conceito até hoje.
Sem medo de errar. tente, teste, erre e tente novamente” E o que dizer de uma plataforma de experiência? “Com o Airbnb Experiences, o site não é mais só locação.
Eles estão selecionando cidadãos que podem ser contratados nas cidades para serem curadores dos assuntos.
Um exemplo. você gosta de tatuagem? vai contratar o olhar da tatuagem em uma cidade da Espanha por exemplo”.
Como se vê, as possibilidades são infinitas.
O consultor citou ainda que o aspecto colaborativo do novo modelo de vida pode ser um bom argumento de venda, até por não ser um remendo, e já nascer sustentável.
Ele citou uma empresa de moda skate em Nova York (Supreme) que é um fenômeno de plataforma colaborativa. “Eles operam com filas e mais filas.
Só trabalham com colaboradores exclusivos, que fazem coleções esporádicas”, cita. “… tem que ter humildade, tem que construir laços, ter alguém junto a você que dialoga com o cliente”, sugeriu, como peça chave.
Na área de comunicação, Carlos Ferrerinha destacou o poder do storytelling. “O contados de histórias será tão ou mais importante do que antes.
O que somos?
O que fazemos?
Precisamos conectar as pessoas com histórias bem contadas.
Eu te ajudo, eu faço junto.. personalizar e customizar”, explicou.
Lideranças No que toca a liderança, Carlos Ferrerinha deu sugestões para que os empresários ousem e, nos dias atuais, principalmente, se comuniquem melhor. “A liderança deve liderar o conhecimento do sue time.
Deve ter a narrativa.
De que forma estamos sendo vistos para sermos narrados?
Devemos ter ações genuínas de responsabilidade pessoal e social.
Você tem que deixar claro o que você faz”, explicou. “Os homens de negócios precisam liderar com convicção, ser seguro, acreditar no que pensa e ser confiante.
Claro que não pode olhar apenas para o agora.
Se se deixar tomar pela roda viva do agora, não vai ter uma visão sustentável e estratégica do futuro… vivemos em uma era líquida, em que tudo muda muito rapidamente.
A ocasião é hoje mais importante do que a posse”, afirmou. “A visão do dono é uma espécie de adubo.
Porque criou?
Porque existe?
Onde está o sonho?
As empresas podem e devem intervir nos hábitos de consumo”, defendeu. “Reimagine.
Apresente uma ideia não óbvia e busque a empatia.
Olhe para a pessoa que está a sua frente”