Com oito votos contrários e três favoráveis, a Câmara dos Vereadores do Cabo de Santo Agostinho rejeitou, nesta quarta-feira (7), a abertura de um processo de cassação do prefeito afastado Lula Cabral (PSB).

O socialista não está no cargo desde outubro do ano passado, por decisão judicial, devido a investigações de supostas irregularidades no fundo de previdência municipal, o Caboprev.

O pedido foi apresentado por um advogado antes do recesso parlamentar de julho.

O argumento é a investigação contra Lula Cabral.

O prefeito afastado é réu no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter supostamente ordenado a transferência de mais de R$ 92 milhões do Caboprev – que antes se encontravam investidos em instituições sólidas, como a Caixa Econômica Federal – para fundos de investimento que, segundo o MPF, colocavam em em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores.

Esses fundos eram geridos pela empresa Terra Nova.

As investigações correm em segredo de justiça.

Votaram contra o processo de cassação de Lula Cabral: Amaro do Sindicato (PRP) César Paiva (PSC) Cianinho (PMN) Flávio do Fórum (PSB) Irmão Del (PTC) Jefferson Marcos (PCdoB) Everaldo Júnior (PRP) Gessé Valério (PR) Domingos (PSC) Votaram a favor do processo de cassação de Lula Cabral: Arimateia (PSDB) Ricardinho (SD) Ezequiel Santos (PT) Não votaram sobre o processo de cassação de Lula Cabral: Neto da Farmácia (PDT), por ser o presidente da Câmara dos Vereadores Neemias (PV), que não estava na sessão Oposição a Lula Cabral As sessões plenárias da Câmara dos Vereadores foram retomadas nesta manhã.

O vereador de oposição Arimateia (PSDB) reclamou que a votação do pedido de cassação foi uma surpresa para os parlamentares. “Infelizmente as coisas acontecem de supetão”, afirmou o tucano ao Blog de Jamildo.

Arimateia criticou a decisão e enfatizou que, se o processo tivesse sido aberto, não teria necessariamente como resultado a cassação de Lula Cabral, mas seria uma apuração do caso. “Temos o papel precípuo de investigar”, defendeu. “É uma demonstração inequívoca e clara do poderio que o prefeito afastado ainda tem sobre a cidade”.

Para Ricardinho, também de oposição, há uma “omissão” da Casa legislativa. “A Câmara mais uma vez prevarica e a gente fica muitas vezes impotente”, disse.

O Blog de Jamildo entrou em contato com o presidente da Casa, Neto da Farmácia, e com a Prefeitura do Cabo, e aguarda as respostas.