A narrativa de “nós contra eles”, ainda incipiente, começa a ganhar corpo na opinião pública digital em relação ao debate sobre a reforma tributária Manoel Fernandes, Diretor BITES A discussão sobre a Reforma Tributária, a próxima batalha do governo Bolsonaro no Congresso Nacional, ainda é um assunto de baixa propagação junto à opinião pública digital, mas dados interpretados a partir do Sistema Analítico BITES, considerando os últimos 30 dias, já trazem algumas tendências.
A principal delas é a recuperação da narrativa “nós contra eles” ou “ricos contra pobres”.
Os partidos e perfis de oposição ensaiam esse discurso em posts capturados nos perfis no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.
Nos últimos 30 dias, entre 2.384 artigos publicados em sites de notícias sobre o assunto, aquele que mais obteve interações (compartilhamentos e RTs no Facebook e Twitter) – “Bolsonaro sinaliza a redução do IR para contribuinte que paga mais” – foi de natureza negativa para o governo.
Foram 51 mil interações até agora.
Na previdência, no dia da votação na Câmara dos Deputados, nossas análises indicaram uma vitória do governo com 376 votos, três a menos que resultado final.
O mesmo modelo será adotado na reforma tributária.
Os dados levantados até agora, considerando os últimos 30 dias, revelam que os senadores e deputados pouco falaram sobre o tema.
No Senado, dono de uma proposta diferente daquela que tramita na Câmara, dos 11 mil posts produzidos por seus integrantes no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube, 1,7% trataram da reforma tributária.
Na Câmara, essa taxa ficou em 0,7% das 80 mil publicações dos parlamentares em seus perfis sociais.
No caso dos deputados, as bancadas de São Paulo (169 publicações), Rio de Janeiro (62), Bahia (50) e Amazonas (46) foram as mais ativas nesse período.
Com apenas 08 parlamentares, a bancada do Amazonas deve ser a mais barulhenta nesse debate em função dos interesses em torno da Zona Franca de Manaus.
Mas, o seu poder de influência digital é pouco expressivo.
Os deputados do Estado são seguidos por 1,5 milhão de fãs em seus perfis oficiais, o equivalente a 1,4% da base total da Câmara, segundo o Sistema Analítico BITES.
No campo das buscas no Google, a reforma tributária ainda não tem a mesma densidade que as discussões sobre a previdência.
Considerando a média dos últimos 12 meses, o interesse pela previdência gerou 368 mil buscas mensais contra 5.400 para a reforma tributária.