O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, afirmou, nesta sexta-feira (2), que será exonerado após ter criticado o presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Diante da maneira que eu me manifestei com relação ao presidente, criou um constrangimento insustentável”, afirmou.

Galvão fez a declaração após se reunir com o Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.

Pronunciamento à Imprensa do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Magnus Osório Galvão após a reunião com o ministro do MCTIC, Marcos Cesar Pontes. pic.twitter.com/qmU6KZXeA3 — MCTIC (@mctic) August 2, 2019 PROJETO COMPROVA » Chuvas não impedem desmatamento na Amazônia; saiba como são feitas as medições do INPE Bolsonaro questionou dados do Inpe após o instituto divulgar que o desmatamento na Amazônia Legal brasileira atingiu 920,4 quilômetros quadrados em junho, um aumento de 88% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O presidente afirmou que os números seriam “mentirosos” e que o anúncio poderia prejudicar o Brasil em negociações comerciais com outros países.

Além disso, sugeriu que Galvão poderia estar “a serviço de alguma ONG”.

Criticado por Bolsonaro, o diretor do Inpe reagiu e afirmou que o presidente “tomou uma atitude pusilânime, covarde” e que ele “fez comentários impróprios e sem nenhum embasamento e fez ataques inaceitáveis não somente a mim, mas a pessoas que trabalham pela ciência desse País”.

Doutor em física pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, Galvão é livre-docente na Universidade de São Paulo (USP).

Após a crise, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que um novo modelo de monitoramento de desmatamento na Amazônia será adotado pelo governo.

Reação Políticos se manifestaram pelas redes sociais sobre a exoneração de Ricardo Galvão: O diretor do INPE, Ricardo Galvão, foi demitido por sua competência, altivez e por dirigir uma instituição que não se acovardou diante das ameaças infundadas da tríade (Ricardo Salles, Gen.

Augusto Heleno e Bolsonaro).

O ataque ao INPE é o ataque à ciência e ao interesse público! pic.twitter.com/1CJNOBhLcx — Marina Silva (@MarinaSilva) August 2, 2019 Caiu Ricardo Galvão, diretor do Inpe.

Ele foi atacado pelo presidente e pelo ministro do Meio Ambiente por monitorar o desmatamento da Amazônia.

Os dados mostram o que Bolsonaro quer esconder sob suas mentiras.

Quem desinforma é inimigo da Ciência, pela qual tanto lutamos.

Grave! — Alessandro Molon (@alessandromolon) August 2, 2019 Diretor do INPE será exonerado por Bolsonaro após ter constatado o aumento do desmatamento.

O critério pra ser aceito neste governo é ser mentiroso igual ao chefe. — Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) August 2, 2019 Num dia o Presidente muda a presidência da comissão da memória e verdade para tentar mudar a história da ditadura.

No outro, demite o presidente do Inpe por não aceitar os números do desmatamento. — Manuela (@ManuelaDavila) August 2, 2019 A exoneração do cientista Ricardo Galvão,presidente do INPE,é mais uma aberração de Bolsonaro.Ele e Salles culpam o termômetro pela febre.Ou seja,a culpa pelo brutal desmatamento da Amazônia é das fotos fornecidas pelos satélites.Galvão tem razão,Bolsonaro é pusilânime e covarde. — Ivan Valente (@IvanValente) August 2, 2019 *Com informações da Agência Brasil