O senador Jarbas Vasconcelos, por meio de uma nota, criticou a postura do presidente Bolsonaro, na mais recente polêmica, desta vez sobre a ditadura.

O Chefe de Estado brasileiro declarou: “Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele.

Ele não vai querer ouvir a verdade” “Como então deputado estadual, cobrei ativamente nas ruas e na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco explicações do regime militar sobre o desaparecimento de Fernando Santa Cruz.

Acompanhei de perto o sofrimento da família e de muitas outras em busca de informações sobre seus parentes.

Por isso, pra mim é mais do que lamentável, é inaceitável sob todos os aspectos, a fala do Presidente da Republica sobre esse assunto.

O cargo máximo do País exige ao menos responsabilidade e compostura e o nosso povo merece respeito”, afirmou Jarbas. “Cruel.

Indigna.

Repulsiva.

Inaceitável.

Essas são as palavras que encontro para definir a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a morte do militante político Fernando Santa Cruz.

Basta de ódio.

Precisamos de paz para tirar o Brasil desse atoleiro em que nos encontramos”, disse o deputado federal Raul Henry (MDB-PE).

Também aliados de Bolsonaro criticaram, como Silvio Costa Filho.

Por aqui, o presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, reagiu com perplexidade e indignação às declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação ao desparecimento em 1974 de Fernando Santa Cruz, pai do presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz. “Ao atacar a memória de alguém e desprezar a dor de uma família sob a justificativa de estar insatisfeito com o desfecho judicial do caso Adélio Bispo dos Santos, o presidente abandona qualquer liturgia mínima do cargo que ocupa”, declarou.

Para Bruno Baptista, a declaração de Bolsonaro é “desumana” e traz um ataque “injustificado” ao presidente nacional da OAB, pelo fato do presidente da República não ter ficado satisfeito com uma decisão judicial sobre Adélio Bispo dos Santos. “Lamento que se trate com desumanidade, desprezo e até com deboche um fato que marcou a vida política do país e por atingir o que existe de mais íntimo e precioso nos brasileiros, que é o sentimento familiar”.

O presidente da OAB-PE prestou irrestrita solidariedade a Felipe Santa Cruz, a toda a família Santa Cruz e às famílias que foram vítimas de violência durante o regime militar.

Também declarou que é papel da OAB manter-se firme na defesa de valores como o Estado Democrático de Direito, da Constituição e da Advocacia “perante este ou qualquer outro governo”.

O comentário de Bolsonaro veio logo após ele criticar a atuação da Ordem no caso de Adélio.

A OAB atuou para garantir o sigilo na relação do advogado com seu cliente, mas não se opôs a nenhum termo da investigação.

A entidade também soltou uma nota de repúdio às declarações do presidente.