Carlos Siqueira Presidente Nacional do PSB O PSB se solidariza com os indígenas da aldeia de Waiãpi, em Pedra Branca do Amapari, no Amapá, em relação aos ataques que sofreram neste sábado (27), por parte de grupamento de garimpeiros que atuam na região, que levou à morte de um cacique. É absolutamente essencial que o governo se responsabilize pela segurança da população indígena ameaçada, independente da ideologia que demonstra ter nesta questão.
A sociedade civil como um todo deve se mobilizar para exigir respeito à constituição e aos direitos humanos, que têm particular atenção em relação aos povos indígenas e populações tradicionais, pela vulnerabilidade inerente que as caracteriza.
Não se pode falar de democracia e plenitude do estado de direito se os governantes não protegerem os segmentos populacionais mais frágeis, como é o caso dos povos indígenas. Índios denunciam invasão de garimpeiros e morte de cacique no Amapá Da Agência Brasil - Índios denunciaram às autoridades públicas que garimpeiros invadiram a Terra Indígena Waiãpi, no oeste do Amapá, e que um cacique foi morto durante a invasão.
Segundo relatos, os garimpeiros estavam acampados no interior da reserva.
O Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina disse, em nota, que o cacique Emyra Waiãpi foi morto de forma violenta na última segunda-feira (22) na aldeia Waseity.
No entanto, a morte do líder não foi testemunhada por nenhum índio da etnia e só foi percebida na manhã de terça-feira.
De acordo com a entidade, na sexta-feira (26), moradores da aldeia Yvytotô se depararam com um grupo de índios não armados e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia e se instalaram em uma das casas, ameaçandos os índios, que fugiram para outras aldeias da região.
Funai Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que acionou as autoridades competentes assim que soube da ocorrência, no sábado (27).
O órgão indigenista, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deslocou uma equipe para o local, considerado de difícil acesso.
Equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Amapá, também estão na região para apurar o ocorrido.
Ontem mesmo, a Procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) no estado instaurou uma investigação criminal para apurar a morte do indígena Waiãpi.
Procuradores já pediram à PF informações a respeito das denúncias de invasão à terra indígena e sobre as providências já adotadas para “evitar o agravamento do conflito”. “Não é possível afirmar com certeza o que ocorreu até agora”, disse o procurador da República Rodolfo Lopes.
Em vídeo divulgado ontem nas redes sociais, pela prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes (PMDB), o coordenador indígena do município Kurani Waiãpi relata que, segundo os Waiãpi, ao menos 50 garimpeiros fortemente armados estavam acampados já há alguns dias próximo à aldeia Mariry, no interior da terra indígena.
De acordo com a prefeita, os garimpeiros mataram um dos líderes indígenas da etnia na quarta-feira.
Frente Em nota, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas manifestou preocupação com o ataque e a invasão ao território indígena. “Reiteramos a obrigação do Estado brasileiro garantir o direito dos povos indígenas de terem medidas que evitem a prática constante contra a vida e os seus bens e de proteção devida diante da grave violação dos seus direitos, com a repressão e punição dos responsáveis”, destacou a frente parlamentar.
Também em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirmou esperar que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas urgentes, estruturantes e isentas politicamente, para identificar e punir, na forma da lei, os responsáveis pelo ataque aos Waiãpi.
A demarcação da Terra Indígena Waiãpi foi homologada em 1996, por meio de um decreto presidencial assinado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
A terra mede pouco mais de 607 mil hectares (cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas oficiais de um campo de futebol oficial), espalhados pelo território de três municípios: Laranjal do Jari, Mazagão,Pedra Branca do Amapari.
Com informação da Agência Brasil