A Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira, 26 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que os indicadores de nível de atividade e de emprego na indústria da construção cresceram em junho.
O índice de nível de atividade aumentou 1,3 ponto frente a maio e ficou em 48,2 pontos, o maior desde novembro de 2013.
O índice de evolução do número de empregados cresceu 2,2 pontos na comparação com maio e alcançou 47,2 pontos, o maior desde outubro de 2013.
Foi o quinto mês consecutivo de crescimento dos dois indicadores.
Embora os dois índices continuem abaixo dos 50 pontos, mostrando o desempenho negativo da atividade e do emprego, o cenário é mais animador do que o projetado no início do ano, informa a pesquisa. “O quadro ainda é difícil para o setor, mas há uma tendência de melhora futura”, avalia a CNI.
O nível de utilização da capacidade operacional aumentou 1 ponto percentual em relação a maio e ficou em 57% em junho.
Isso indica que a construção operou com 43% do pessoal, das máquinas e dos equipamentos parados no mês passado.
A exemplo dos demais setores da indústria, a construção também enfrenta dificuldades com a falta de demanda.
No segundo trimestre, o principal problema relatado pelas construtoras continuou sendo a elevada carga tributária, que teve 37,9% das assinalações.
A demanda interna insuficiente veio em seguida, com 37,3% das respostas, o maior número de assinalações desde o segundo trimestre de 2017.
Em terceiro lugar na lista dos obstáculos enfrentados pelo setor apareceu a falta de capital de giro, com 28,8% das menções, seguida da inadimplência dos clientes (25,6% das respostas) e o excesso de burocracia, com 24,2% das assinalações. “Medidas que possam lidar com a falta de demanda e que facilitem o financiamento certamente seriam positivas para o setor”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.
A Sondagem informa ainda que as condições financeiras das empresas, mesmo com uma leve melhora no segundo trimestre, continuam insatisfatórias.
O índice de satisfação com a margem de lucro ficou em 40,1 pontos e o de satisfação com a situação financeira foi de 34,9 pontos.
Os indicadores variam de zero a cem pontos.
Quando estão abaixo dos 50 pontos, mostram insatisfação com a margem de lucro e com a situação financeira das empresas.
EXPECTATIVAS E CONFIANÇA – As perspectivas para os próximos seis meses também melhoraram.
Todos os indicadores de expectativas estão acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento do nível de atividade, de novos empreendimentos e serviços, da compra de insumos e matérias-primas e do emprego nos próximos seis meses.
O índice de intenção de investimentos cresceu 3,6 pontos em relação a junho e alcançou 36,6 pontos.
Com isso, o indicador está 2,9 pontos acima da média histórica.
Além disso, o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) subiu 1,7 ponto em relação a junho e alcançou 58,7 pontos em julho.
Foi o segundo aumento consecutivo do indicador, que está 9,8 pontos acima do registrado em julho do ano passado.
O índice varia de zero a cem pontos.
Quando está acima dos 50 pontos mostra que os empresários estão confiantes.
Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 1º e 11 de julho com 488 empresas.
Dessas, 172 são pequenas, 209 são médias e 107 são de grande porte.