O economista Carlo Barbieri, presidente da Oxford Group, que atua no mercado internacional há mais de 30 anos, revela que, mesmo com as mudanças propostas o novo modelo brasileiro, em votação no Congresso, é mais vantajoso para o trabalhador do que o modelo dos EUA. “No Brasil, a Reforma da Previdência tem causado apreensão na maioria das pessoas, e dividido opiniões sobretudo pelas incertezas do futuro. É natural que a população compare, pesquise, e até procure outras alternativas de seguridade social, como no caso dos EUA.
Eles possuem uma das maiores economias no mundo, mas os benefícios previdenciários são bem menos generosos que no Brasil”, observa.
O economista e consultor brasileiro, Carlo Barbieri, que auxilia brasileiros que querem internacionalizar empresas e produtos para fora do país, comenta que a reforma aprovada esta semana no Brasil contemplará ainda mais benefícios que o atual modelo norte americano. “Criado pelo presidente Franklin Roosevelt em 1935, o sistema de Previdência Pública americano foi projetado para amparar trabalhadores que completassem 65 anos de idade.
O sistema é hoje considerado antiquado e precisará passar por uma grande reforma, assim como o Brasil está fazendo", afirma o consultor. “Uma das principais diferenças entre as aposentadorias brasileira e norte americana é a existência de dois sistemas americanos: a Previdência Pública (Social Security) e a Previdência Privada.
A aposentadoria privada é um recurso utilizado de maneira complementar nos Estados Unidos, até mesmo dentro das empresas, diferente do Brasil, onde o trabalhador é quem busca pelo serviço de maneira independente”.
O economista cita outras diferenças que a reforma da previdência pode trazer, em relação ao modelo norte americano, como a questão da idade mínima exigida para aposentadoria que é distinta para homens e mulheres; o tempo de contribuição; o recebimento de aposentadorias integrais para o funcionalismo público. " Barbieri lembra que em média, a aposentadoria paga pelo governo federal americano, tanto para servidores públicos quanto privados atinge 44% do último salário recebido. “De acordo com estimativas feitas pela administração do Social Security, daqui a 15 anos o envelhecimento da população e diminuição do número de trabalhadores ativos causarão um déficit estimado em U$ 25 bilhões ao sistema”.
Reforma pode ser divisor de águas No que interessa ao Brasil, segundo o economista, “a aprovação da reforma será uma divisão de águas com relação à decisão de investir ou não no mercado brasileiro”.
Ele diz que, mesmo diante de um cenário comparativo favorável para a Previdência Social no Brasil, muitos brasileiros não estão confiantes nos resultados da reforma e buscam alternativas para que o futuro não seja incerto.
O consultor tem afirmado que alguns fatores podem incentivar brasileiros a buscar ganhos em dolár. “O aumento do PIB americano em mais de 3%, do consumo em 2,8% e a elevação da taxa de poupança dos americanos de 6,4% para 6,7% n primeiro trimestre de 2019 são fatores que podem estar estimulando brasileiros a pensar no futuro em dólar.
Somente no começo deste ano, a Oxford Group detectou incremento de 10% na internacionalização de empresas brasileiras aos EUA”.
O economista explica que as incertezas sobre o projeto de reforma da Previdência podem estar estimulando um número maior de brasileiros a buscar alternativas de investimentos em outros países. “Para os brasileiros, o mercado americano possui o cenário ideal para uma aposentadoria sólida e protetiva.
A estabilidade econômica dos EUA é atraente, já que as novas políticas fiscais resultaram na redução do imposto de renda para empresas em território americano, de 35% para 21%”.