Ex-PSOL, recentemente filiado ao PDT a convite do deputado federal Túlio Gadelha (PDT), o advogado Pedro Josephi fez um longo texto, na rede social, criticando duramente o voto da deputada federal Tabata Amaral (PDT) a favor da reforma da previdência.

A deputada está ameaçada de expulsão do PDT, pois o partido fechou questão contra a reforma.

Veja o texto do advogado Pedro Josephi, vice-presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini em Pernambuco, vinculada ao PDT: SOBRE TABATA AMARAL.

No momento de necessária reorganização das forças progressistas no Brasil não acho que poderíamos nos dar ao luxo de queimar biografias, de escolher marchar ao lado apenas daqueles que comungam 100% das nossas ideias. É preciso recuperar a hegemonia na sociedade e isso passa por estabelecer pontes.

Isto não é novidade para o conjunto destas forças.

Inúmeros quadros que despontam com certa liderança se aproximam ou são disputados pelos campos ideológicos na sociedade.

Natural.

E, neste processo de disputa, de aproximação, de encontrar agendas comuns, todos os partidos e agremiações, que não querem ser apenas um clube de resguarda moral da intelectualidade marxista ou socialista, estão sujeitos a se depararem e terem que administrar as contradições daqueles que, forjados em outras matrizes ideológicas, se aproximam ou se portam com um viés progressista.

E, acho que não podemos nos abster a disputar os rumos destes quadros.

Nesse sentido, apostamos em Tabata, como uma liderança jovem, periférica e com uma atuação forte na defesa da educação.

Como em outrora, demais organizações apostaram em Roberto Freire, Carlos Lacerda, Daciolo, Cristovam Buarque, entre outros.

Reforço que continuo achando acertada essa aproximação, fazer com que Tabata estivesse militando dentro de um partido trabalhista e de esquerda, um partido com história e com muitos quadros, poderia ajudá-la na sua crescente formação política.

Assim, é a disputa.

E, desta vez, como já aconteceu e fatalmente acontecerá, perdemos.

No nosso partido cabem socialistas, progressistas, de esquerda, sociais-democratas, no nosso partido cabem mais colorações do que a ignóbil e falsa polarização que as forças conservadores impuseram ao Brasil.

Mas, no nosso partido não cabe quem decide votar contra os trabalhadores, contra os professores, contra os menos favorecidos deste país.

Somos um partido de reformas.

Sempre defendemos reformas.

Apresentamos, inclusive, uma proposta de reforma da previdência, mas esta do governo Bolsonaro não combate privilégios.

Está no mesmo bojo de ilusões da reforma trabalhista e da Emenda do Teto de Gastos.

Não gerou emprego e nem equilibrou as contas públicas.

Portanto, quem se junta aos porcos, farelo come.

A história não absolverá quem vacilou neste momento crucial.

Sinto que Tabata continuará a fazer um mandato interessante, podendo ser aliada em várias pautas, mas a sua infidelidade partidária não permite que marche mais junto às fileiras trabalhistas.

Pedro Josephi, vice-presidente da Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini em Pernambuco.