Por Charbel Maroun, do partido Novo no Recife No final de junho, o economista americano Thomas Sowell fez 89 anos.

Ele é uma das mentes mais brilhantes da sua geração!

Sowell costuma apontar o óbvio que nós não enxergamos.

Você já pensou que os homens da caverna tinham a disposição os mesmos recursos naturais que nós temos, mas nunca produziram nada parecido com as maravilhas da modernidade?

A diferença entre nós e eles?

Conhecimento.

A liberdade de aprender e a liberdade de aplicar este novo conhecimento são essenciais para a prosperidade de um povo.

Veja Hong Kong!

Uma ilha rochosa, pequena, sem nenhum recurso natural, e muito mais rica que o Brasil…

A Prefeitura do Recife, infelizmente, parece não ter aprendido essa lição tão básica.

De acordo com a startup QEdu, menos de 10% das escolas municipais são referência e devem manter suas práticas.

Todas as outras deveriam melhorar!

Recursos não são o problema.

Investimos mais do que outras capitais nordestinas e, mesmo assim, os resultados não acompanham o dinheiro despendido.

Para nossa felicidade, a solução pode estar em casa.

Entre 2004 e 2007, funcionou no nosso estado o Programa de Desenvolvimento dos Centros de Ensino Experimental (Procentro).

Esse programa inovador trouxe o paradigma das escolas-modelo para o nosso estado.

Já amplamente adotado no mundo desenvolvido, ele consiste em criar escolas públicas, gratuitas, mas que não são diretamente geridas pelo município.

A Prefeitura contrata uma organização, estabelece metas e faz os repasses mensais, podendo até mesmo exigir de volta o dinheiro se as metas não forem alcançadas!

Nos três anos que funcionou, o Procentro conseguiu criar escolas de tempo integral, premiar os melhores profissionais, avaliar continuamente o progresso das escolas e dos alunos e fazer a sociedade civil – inclusive pais dos alunos - participarem do conselho gestor das unidades.

De acordo com o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, estudantes e seus pais deixaram a visão de que a escola era apenas um serviço ofertado pelo governo, e passaram se enxergar como verdadeiros clientes, exigindo melhorias sempre que necessário.

O resultado não tardou para aparecer: os alunos do Procentro tinham notas no ENEM maiores do que a média de Pernambuco, do Brasil e até de redes como a do Distrito Federal, que tem um histórico de excelência.

O programa foi, infelizmente, encerrado pelas administrações do PSB no Governo do Estado.

Não acredito em modelos mágicos, mas acredito que um modelo mais centrado nas necessidades dos alunos – e menos centrado nas necessidades dos sindicatos - nos trará um futuro melhor.