O ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, disse, nesta quarta-feira, que reafirmava o apoio ao pacote anticrime durante audiência com o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, nesta tarde (10/07/19), em Brasília. “Assumi o compromisso com Sérgio Moro de trabalhar junto ao Democratas, considerando as contribuições e o aprimoramento que o Congresso pode dar ao projeto, para aprovar a medida”, afirmou Mendonça, depois da audiência. “O Brasil precisa modernizar a legislação e endurecer as penas para crimes no Brasil para enfrentar a violência e a criminalidade com mais efetividade das políticas de segurança pública”.
O ministro Moro recebeu solidariedade de Mendonça Filho diante da campanha realizada pelo site Intercept, que tem revelado diálogos entre membros da Lava Jato, a partir de dados hackeados dos celulares do juiz e de procuradores da Lava Jato. “Reafirmei que considero essa campanha contra a Operação Lava Jato um atentado contra as instituições democráticas e tem um único objetivo: transformar bandidos em heróis.
A Lava-Jato é a maior e mais bem-sucedida operação de combate à corrupção no País e nós não podemos abrir mão dessa conquista”, afirmou Mendonça. “Moro e os procuradores da República prestaram um grande serviço ao Brasil no combate à corrupção e ao crime organizado”.
Mendonça divulgou que discutiu com Moro políticas públicas de melhoria na área de segurança como a gestão de presídios e dos órgãos de segurança pública. “Políticas de conformidade com boas práticas de gestão pública garantem ganho efetivo geral para a sociedade”, defendeu.
Ele disse que, quando foi governador, em 2006, investiu no combate à violência e na repressão ao crime com a criação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, valorização da Polícia Militar e programas como o Ação Integrada pela Segurança.
Iniciado como projeto piloto em Santo Amaro, no Recife, o programa envolvia nove secretarias com ações de repressão, políticas públicas para a juventude, ações sociais e de cidadania com bons resultados na redução da violência.
Segundo Mendonça Filho, Moro manifestou seu reconhecimento à importância da reforma do ensino médio, realizada durante sua gestão no Ministério da Educação. Áudio de Dallagnol Na linha inversa, no Senado, o pernambucano Humbertro Costa voltou a criticar o ministro de Bolsonaro. “Entendo que é inadmissível que Moro ainda não tenha sido demitido e pose na condição de vítima, quando deveria estar sendo investigado.
Estamos diante de uma prova cabal do envolvimento dos agentes da Lava Jato, todos coordenados diretamente por Moro, em uma articulação para prender Lula e lhe retirar os direitos políticos e das eleições e impedi-lo de falar com a liberdade que a Constituição assegura. É aterrador o que a chamada República de Curitiba fez com o Estado democrático de Direito”, observou.
O líder do PT no Senado acredita que o partido não foi derrotado por Bolsonaro na eleição, mas “sim para um grupo que se instalou no seio do Estado para usar a estrutura estatal deliberadamente contra a sigla”. “Moro já galgou um primeiro degrau de sua visível sede de poder, quando negociou vantagens e benesses e aceitou ser empregado de Bolsonaro, que ele suou a toga para ajudar a eleger.
Agora, Moro vai ter que responder aqui o que mais ele pediu em troca da prisão de Lula e da subversão da Constituição e das leis para montar seus planos próprios.
Uma cadeira no Supremo?
Apoio para concorrer à Presidência da República em 2022?
A ser vice numa chapa com seu chefe?”, disse.