O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, antes de concluir a votação da reforma da Previdência, deixou a presidência dos trabalhos e subiu à tribuna para fazer um pronunciamento, mandando recados à sociedade, ao mercado e a Bolsonaro.
Já sabendo que estava conduzindo uma votação histórica, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu o protagonismo do Parlamento no fortalecimento da democracia.
Sem citar o nome do presidente Bolsonaro, Maia afirmou que o Congresso e o STF têm sido atacados de forma exagerada e ressaltou que ninguém investe em um País que ataca as instituições.
Rodrigo Maia ressaltou que as mudanças no Brasil passam pelo Parlamento e que a solução para os problemas passa, necessariamente, pela política. “Nossos líderes são desrespeitados, são criticados de forma equivocada, mas são esses líderes que estão fazendo as mudanças no Brasil.
O “centrão”, que ninguém sabe o que é, mas é o “centrão” que está fazendo a reforma da Previdência”, disse.
Segundo Rodrigo Maia, a reforma vai combater privilégios e o sistema deficitário da Previdência Social.
Ele reforçou a necessidade de reorganizar as despesas públicas brasileiras. “Oitenta por cento de tudo o que se arrecada é gasto com pessoal e Previdência.
O México gasta 45%, o Chile gasta 43%, os EUA gastam 70%.
Então, tem alguma coisa errada no gasto público brasileiro.
Não acho que vamos melhorar as qualidades da educação brasileira privilegiando as aposentadorias”, afirmou.
Rodrigo Maia defendeu maior eficiência no setor público e disse ainda que a reforma tributária vai simplificar a tributação no País para garantir mais investimentos. “Acabaram as carreiras, todos entram ganhando quase no teto de serviço público.
Os salários no setor público são 67% maiores do que no setor privado, com estabilidade e pouca produtividade.
E é isso que a gente precisa combater, e é esse desafio o que nós precisamos enfrentar o serviço público de qualidade”, criticou Maia.
O texto-base da reforma foi aprovado com 379 votos favoráveis.