O governador Paulo Câmara, do PSB, marcou um golaço.
Colocando na poeira todas as especulações que vinham sendo feitas nas últimas semanas, o governador Paulo Câmara escolheu o advogado Carlos Neves Filho para a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Com 44 anos de idade, Carlos Neves é conhecido no Recife como especialista em legislação eleitoral e também como conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Ele preside a Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB Nacional.
Trata-se de nome com atuação nacional, uma vez que o advogado ministra aulas de pós-graduação e palestras em todo o país.
Com mais de 20 anos de atuação na advocacia, foram as ações elaboradas pelo advogado eleitoral Carlos Neves que conseguiram impedir, nas últimas eleições, que o senador Fernando Bezerra Coelho (ex-PSB e depois MDB) tomasse o controle do MDB local de Jarbas Vasconcelos e levasse o partido para a oposição ao socialista, desequilibrando o tempo de TV do PSB e aliados, em benefício da oposição, liderada por Armando Monteiro Neto (PTB).
Coincidentemente ou não, a escolha de Carlos Neves “ocorreu” neste sábado, mesmo dia em que o senador Jarbas Vasconcelos e o deputado federal Raul Henry fizeram oficialmente as pazes com FBC, dividindo o comando do partido MDB, já de olho nas próximas eleições.
Neves também já funcionou como advogado pessoal do próprio governador, quando Paulo Câmara acionou o presidente do Simpol, Aureo Cisneiros, na Justiça do Estado.
O sindicalista aparece hoje nos jornais locais criticando o presidente Jair Bolsonaro, em função dos desdobramentos da reforma da Previdência.
Aprovação na Alepe Como manda a lei, o nome do advogado Carlos Neves precisa ser submetido para aprovação à Assembleia Legislativa de Pernambuco, que vinha fazendo restrições a nomes de técnicos que haviam se engajado na política e estavam sendo apontados como possíveis indicações do governador, como o presidente do PSB, Sileno Guedes, também oriundo do TCE.
Outro nome que sofreu resistência na Alepe foi o ex-secretário de Administração Milton Coelho, também colocado na bolsa de apostas e igualmente oriundo do TCE.
Com excelente formação acadêmica, o advogado Carlos Neves é mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa e é membro da Comissão Especial de Análise da Reforma da Previdência do CFOAB.
Também foi membro do Conselho Consultivo da Escola Nacional da Advocacia (2006/2008), professor universitário de 2003 a 2013 e diretor-geral da Escola Superior da Advocacia da OAB-PE, no triênio 2016/2018.
Veja abaixo algumas de suas participações na TV JC, do sistema SJCC.
Em convenção realizada neste sábado (6), o MDB de Pernambuco reconduziu o deputado federal Raul Henry na presidência do partido até 2021 como já havia sido acordado em reunião da executiva estadual.
Suplente do senador Jarbas Vasconcelos, Fernando Dueire ocupará a primeira vice-presidência.
O destaque fica por conta da troca de afagos entre o deputado e o líder do governo Jair Bolsonaro (PSL), senador Fernando Bezerra Coelho.
O último integra agora o diretório estadual como segundo vogal graças a uma costura que o uniu a Raul Henry e Jarbas Vasconcelos, primeiro vogal, em uma chapa única para a eleição da legenda.
Foto: Divulgação Assembleia Legislativa dá sinais de que resiste a auditor ‘político’ para vaga no TCE Do blog de Jamildo, na quarta-feira passada Os nomes de Sileno Guedes e Milton Coelho, ambos políticos e ambos oriundos do TCE, não são citados em público, mas alguns dos deputados estaduais dão claros sinais de que resistem contra alguns nomes ventilados internamente pelo PSB, para a vaga de conselheiro do TCE aberta com o falecimento do conselheiro João Henrique Carneiro Campos, na semana retrasada, em Gravatá. “Nomes com vida partidária ou que já disputaram mandatos eletivos, não passam no plenário, mesmo que sejam auditores concursados”, garante um parlamentar, sob reserva.
A questão parece ser tão consensual, na Assembleia, que já tem deputado da base governista falando em ON sobre o assunto.
O deputado Alberto Feitosa (SD), que já foi secretário nas gestões de Eduardo Campos e Geraldo Júlio, criticou as movimentações do PSB sobre a vaga no TCE, ao falar para a coluna de Renata Bezerra, na FolhaPE. “É extremamente preocupante numa democracia quando um grupo hegemônico quer se apoderar do Estado sem considerar o legislativo.
Essa discussão já existe na Casa”, apontou Feitosa.
As palavras de Feitosa encontram eco na Assembleia, nos bastidores. “Se for para nomear um político, mesmo que seja um auditor concursado, não aceitaremos.
Caso o indicado seja um político, mesmo que seja auditor, vamos preferir um deputado, cumprindo o acordo entre Eduardo e finado Guilherme de devolver aos deputados a vaga de Loreto”, diz outro deputado.
Os parlamentares rememoram um “suposto acordo” em 2007 entre o ex-governador Eduardo Campos e o falecido deputado Guilherme Uchôa, pelo qual uma vaga da Assembleia no TCE foi “emprestada” para Eduardo indicar seu então chefe de gabinete, Marcos Loreto, atual presidente do TCE.
Os deputados querem agora a “devolução” desta vaga. “Seria uma boa oportunidade, um gesto do governador de valorização à Casa, devolver essa vaga, indicando diretamente um deputado ou deixando que a gente resolva”, argumentou Feitosa, na coluna da FolhaPE.
A avaliação de Feitosa tem grande peso no meio político, pois recentemente ele conseguiu trinta votos no plenário da Assembleia, em uma PEC de sua autoria, contra a orientação do Palácio.
O parlamentar é considerado um dos que melhor sente o “termômetro” das relações entre Palácio e deputados, na atualidade.
De acordo com informações de bastidores, uma parte dos parlamentares, contudo, aponta que teriam menos “resistência” a Paulo Câmara (PSB) indicar um dos muitos secretários-auditores, que nunca tiveram tido vida partidária, nem disputaram eleições. “Mais fácil passar alguém de perfil estritamente técnico, mesmo que seja secretário de Paulo”, afirma um parlamentar.