Novos vazamentos de conversas trocadas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR), procurador Deltan Dallagnol, indicam que o ex-juiz teria sido contra uma eventual delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB).
Nos diálogos, publicados pela revista Veja em parceria com o site The Intercept Brasil nesta sexta-feira (5), Moro teria dito a Dallagnol ter tido conhecimento de rumores sobre a possibilidade do ex-deputado virar delator.
O procurador teria respondido ao hoje ministro que não passavam de rumores e que poderia manter o ex-magistrado informado.
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados Confira as mensagens reproduzidas pela Veja 5 de julho de 2017 23:11 - Moro: Rumores de delação do Cunha…
Espero que não procedam 23:12 - Dallagnol: Só rumores.
Não procedem.
Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para recber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo.
Sempre que quiser, vou te colocando a par. 23:28 - Moro: Agradeço se me manter informado.
Sou contra, como sabe.
Sergio Moro e Deltan Dallagnol foram procurados pela revista e pediram para que os arquivos fossem enviados os arquivos pela internet.
Algo que ela negou.
A revista afirmou, em nota da redação, que uma condição estabelecida era que isso foi feito de forma presencial.
Em nota enviada à publicação, o Ministério da Justiça disse que “a revista Veja se recusou a enviar previamente as informações publicadas na reportagem, não sendo possível manifestação a respeito do assunto tratado.
Mesmo assim, cabe ressaltar que o ministro da Justiça e Segurança Pública não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente e que configuram violação da privacidade de agentes da lei com o objetivo de anular condenações criminais e impedir novas investigações.
Reitera-se que o ministro sempre pautou sua atuação pela legalidade”.
Abaixo nota sobre mais um falso escândalo baseado em supostas mensagens obtidas por meios criminosos. https://t.co/FXqJllFmDm — Sergio Moro (@SF_Moro) 5 de julho de 2019