O deputado estadual Romero Albuquerque (PP) avaliou a audiência do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, realizada nesta terça-feira (02), na Câmara dos Deputados como uma pirotecnia política e que a oposição quer usar o caso para desestabilizar o governo federal. “Sugerir a demissão do ministro é, no mínimo, uma afronta à democracia.

A saída dele, com apenas seis meses, acentuaria uma crise no governo e atrasaria o andamento de agendas importantes, como o projeto anticrime.

Quem defende a saída de Moro faz um show político, falando apenas para pequenos grupos, e não pensa numa agenda maior para o país”, analisou o parlamentar.

O ministro foi ouvido por mais de 07h, numa audiência conjunta entre a Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Trabalho.

A reunião foi convocada para que o ministro Sergio Moro falasse sobre as mensagens atribuídas a ele e divulgadas pelo site The Intercept.

O conteúdo divulgado pelo site, em parceria inclusive com veículos nacionais, aponta que o ex-juiz teria orientado procuradores da Lava Jato ao longo da operação.

O parlamentar pernambucano defende a tese de que o ministro estaria possivelmente sendo alvo de ataque de um hacker.

Segundo Albuquerque, a divulgação das mensagens, sem comprovação, pode invalidar as condenações da Operação Lava Jato. “Ficou nítido ontem que o foco da audiência foi político.

Ninguém quis apurar a veracidade das mensagens, ouvir atentamente a versão de Moro com cautela e descobrir quem operou a invasão dos celulares do ministro e dos procuradores.

Estamos falando de invasão de privacidade de autoridades brasileiras, algo muito perigoso.”, disse Albuquerque.

Romero defende o aprofundamento das investigações para verificar a autenticidade das informações divulgadas “O caminho mais correto agora é uma grande apuração, inclusive se apoiando em órgãos internacionais, para averiguar a veracidade do conteúdo das mensagens e identificar os responsáveis.

O que não pode é prejudicar um governo com base em mensagens insustentáveis e depreciar a imagem de uma investigação histórica no país”, disse o deputado.