O deputado Boca Aberta, da base bolsonarista, aproveitou seu momento de fala na audiência com o ministro Sérgio Moro, da Justiça, sobre os vazamentos atribuídos à Lava Jato, para realizar a entrega de um troféu ao ex-juíz, hoje auxiliar de Bolsonaro, pelo combate à corrupção.
O ministro recebeu, sorriu e pediu para auxiliares guardarem o prêmio.
O pernambucano Tulio Gadelha estava na bancada anterior e balançava a cabeça com ar de desaprovação, depois de já ter levado o jornalista americano do site Intercept para falar no Congresso.
Emerson Miguel Petriv, também conhecido como Boca Aberta, é um operador de equipamento de rádio, televisão, som e cinema e um político brasileiro, filiado ao PROS, no Paraná.
Ele é suplente na comissão de esportes.
Boca Aberta disse que a conduta de Moro é ilibada e inquestionável.
Na Câmara, em junho os deputados da oposição já haviam pedido a saída do ministro da Justiça e a abertura de CPMI.
Por outro lado, governistas defenderam a idoneidade de Moro e da Operação Lava Jato.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que Moro agiu como militante partidário, e todo processo que ele conduziu e levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é nulo. “É como se um juiz de futebol fosse no vestiário de um dos times e dissesse: ‘Faça tal jogada que garanto que marco o pênalti’.
O juiz jogou para defender um dos lados, e quem perdeu foi o brasileiro.” Já o deputado Boca Aberta (Pros-PR) disse que a conduta de Moro é “ilibada, inquestionável, irrepreensível e inoxidável”.
Segundo o parlamentar, a ação do ex-juiz auxiliou a desmantelar uma das maiores quadrilhas que roubaram os cofres públicos.
Boca Aberta ponderou, porém, que, se o ministro tiver cometido algum crime, que responda por isso.
A troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e o procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, também foi o centro dos debates no Plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (12 de junho).
O tema já tinha sido discutido na sessão do Congresso Nacional.
As conversas divulgadas no domingo (9) pelo site The Intercept Brasil lançam suspeitas sobre a imparcialidade do então juiz Moro em relação à operação de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.