Em manifestação em rede social, nesta segunda (1), o chefe de gabinete do governador, Milton Coelho (PSB), se manifestou contra a força tarefa da Lava Jato, dizendo que houve “arbítrios” na condução do processo.

Milton, suplente de deputado federal, defendeu o jornalista Gleen Greenwald, do The Intercept.

Neste final de semana, governadores fizeram críticas.

Os governadores do Nordeste divulgaram neste domingo (30) uma carta criticando as trocas de mensagens entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.

No texto, os gestores reivindicam a investigação do caso. “É preciso também avaliar o afastamento dos envolvidos.

Defendemos, ainda, a revisão ou anulação de todo e qualquer julgamento realizado fora da legalidade”, afirmam.

Os governadores também pedem a conclusão da votação do projeto de lei sobre abuso de autoridade.

O Senado Federal aprovou a proposta na última quarta-feira (26) e ela volta para a Câmara dos Deputados.

O texto foi apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) há três anos, mas passou por alterações e agora prevê, por exemplo, a criminalização a conduta de magistrados que de atuar com motivação político-partidária. “As conversas anormais configuram um flagrante desrespeito às leis, como se os fins justificassem os meios”, diz a carta dos governadores do Nordeste. “Não se trata de pequenos erros; são vidas de seres humanos e suas histórias que se revelam alteradas em julgamentos fora das regras constitucionais, legais e éticas.

Todos sabem que um juiz deve ser imparcial e por isso não pode se juntar com uma das partes para prejudicar a outra parte.

Acreditamos que a defesa da real imparcialidade dos juízes é um tema de alto interesse inclusive para eles próprios”.

Apesar da crítica à condução da Lava Jato, os governadores afirmam que têm confiança na “imensa maioria” dos magistrados e membros do Ministério Público. “Apoiamos firmemente o combate à corrupção, porém consideramos que também é uma forma de corrupção conduzir processos jurídicos desrespeitando deliberadamente a lei”, diz o texto.

A carta cita conversas divulgadas que apontam que o chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, teria defendido a necessidade de acelerar ações contra o senador Jaques Wagner (PT-BA), em 2018, quando ele foi eleito. “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica”, afirma o procurador em mensagem a colegas obtida pelo site The Intercept e divulgada pela jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de S.

Paulo. “Ou seja, ao lixo o direito”, afirmam os governadores do Nordeste. “É inadmissível uma atuação que se denuncia ilegal entre membros do Ministério Público e do Judiciário, combinando previamente passos de uma importante investigação, com o intuito de perseguir e prender pessoas”.