A produção da indústria brasileira aumentou em maio.

O indicador de evolução da produção subiu para 50,9 pontos no mês passado.

O nível de utilização da capacidade instalada cresceu 1 ponto percentual em relação a abril e ficou em 67%, percentual maior que o registrado no mesmo mês dos quatro anos anteriores.

No entanto, o número de empregados no setor caiu 0,3 ponto frente a abril e ficou em 48,5 pontos, indicando queda do emprego na comparação com abril, informa a Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira, 24 de junho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos.

Quando estão acima dos 50 pontos indicam aumento da produção e do emprego. “Há um longo caminho a percorrer para a recuperação plena da atividade industrial”, observa o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Mesmo com o aumento da produção e da utilização da capacidade instalada, a ociosidade na indústria continua elevada quando comparada com outros períodos de maior atividade”, diz Azevedo.

Além disso, destaca ele, a indústria continua acumulando estoques.

O índice de evolução do nível de estoques efetivo em relação ao planejado vem crescendo desde fevereiro e alcançou 51,6 pontos em maio, o maior valor desde outubro de 2015, exceto o registrado em maio de 2018, quando os estoques aumentaram por causa da greve dos caminhoneiros.

O indicador também varia de zero a cem pontos.

Quando está acima dos 50 pontos, mostra que a indústria está acumulando estoques indesejados. “É necessário que as empresas consigam ajustar seus estoques para termos um aumento mais forte da produção”, acrescenta Azevedo.

PERSPECTIVAS E INVESTIMENTOS – A Sondagem Industrial mostra ainda que os empresários mantêm as expectativas positivas.

Em junho, o indicador de expectativas sobre a demanda ficou em 57,3 pontos, o de compras de matérias-primas foi de 54,6 pontos, o de número de empregados alcançou 50,8 pontos e o de quantidade exportada, 52,6 pontos.

Todos os indicadores continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do emprego e das exportações nos próximos seis meses. “A concretização das expectativas é indispensável para o aumento da produção nos próximos meses.

Nesse cenário, o aumento da demanda e do otimismo dos empresários podem sustentar um crescimento do emprego e do investimento”, afirma Azevedo.

A disposição para investir ficou estável em junho frente a abril.

O indicador de intenção de investimentos teve uma pequena queda de 0,2 ponto e ficou em 52,3 pontos.

Foi a quarta retração consecutiva do índice, que acumula uma queda de 4,3 pontos desde fevereiro.

Mesmo assim, a intenção para investir está 3,3 pontos acima da média histórica.

O índice varia de zero a cem pontos.

Quanto maior o indicador, maior é a propensão dos empresários para investir.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 12 de junho com 1.903 empresas.

Dessas, 766 são pequenas, 683 são médias e 454 são de grande porte.