A presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, retirou da pauta da sessão desta terça-feira (25) o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula (PT).

A defesa do petista alega parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Não foi indicada uma nova data para a análise do caso.

Mais cedo, a colunista da Folha de S.

Paulo Mônica Bérgamo afirmou que o ministro Gilmar Mendes indicaria o adiamento por ter avaliado que, com o caso de Lula por último na sessão, depois de 11 processos, não teria tempo para discutir a questão.

Só o voto dele tem 40 páginas, segundo a jornalista.

Além de Gilmar Mendes, ainda deverão votar Ricardo Lewandowski e Celso de Mello, nessa ordem.

O primeiro é Mendes porque ele havia pedido vista, devolvendo o processo no último dia 11.

A devolução foi dois dias após a primeira divulgação, pelo site The Intercept, de conversas vazadas entre Moro e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, em que o então magistrado aparece fazendo sugestões sobre a ação.

O ex-juiz afirmou que não tem como atestar a autenticidade do conteúdo, negou irregularidades, defendeu que são conversas normais e acusou a publicação de sensacionalismo.

O julgamento do habeas corpus começou no dia 4 de dezembro do ano passado.

O relator, Edson Fachin, e Cármen Lúcia votaram por negar o habeas corpus.

A defesa pediu que fosse considerada a parcialidade de Moro como juiz no caso do triplex, que levou à condenação e à prisão de Lula.

O ex-magistrado aplicou a sentença de 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, alegando que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas da construtora OAS através de um imóvel no Guarujá, no litoral de São Paulo.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena para 12 anos e um mês de reclusão.

Por unanimidade, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena para 8 anos e 10 meses.

A defesa de Lula pediu que ele vá para o regime aberto.

Em manifestação ao STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, questionou a autenticidade das mensagens vazadas e se posicionou contra o pedido de Lula.