Após Jair Bolsonaro (PSL) voltar a criticar o Poder Legislativo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu, em podcast publicado nas redes sociais, que o parlamento tenha papel relevante na discussão de pautas de áreas como economia e educação.

Apesar da reação, tentou reduzir o conflito e negou que haja uma tentativa de reduzir o poder do Executivo. “Ninguém quer suprimir o papel do presidente da República nem de suas prerrogativas, até porque há muitos projetos que dependem do Poder Executivo.

Tem outros que podem ter prerrogativas dos parlamentares e nós faremos”, disse.

Maia afirmou estar conversando sobre o assunto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). ?

O último acirramento aconteceu no último sábado (22), quando Bolsonaro afirmou que o Legislativo quer transformá-lo na “rainha da Inglaterra”, que reina mas não governa.

O presidente se referia à aprovação do projeto da Lei Geral das Agências Reguladoras.

A proposta prevê que a indicação do presidente para a cúpula dessas instituições deverá ser analisada pelo Senado Federal.

O projeto de lei aprovado seguiu para sanção de Bolsonaro no início do mês.

O texto diz que: A indicação de conselheiros, diretores, presidentes, diretores-presidentes e diretores gerais para as agências reguladoras deverá ser submetida ao Senado Antes da escolha, deverá haver um processo público de pré-seleção de lista-tríplice A lista tríplice deverá ser formulada em até 120 dias antes do cargo ficar vago por término de mandato ou pelo menos 60 dias nos outros casos, por uma comissão de seleção Deverão ser levados em consideração na elabotação da lista tríplice fatores como o currículo do candidato e o resultado da sua entrevista Após receber a lista tríplice, o presidente terá até 60 dias para fazer a indicação Se a indicação for rejeitada pelo Senado, o presidente tem mais 60 dias, independentemente da formulação de uma lista tríplice Bolsonaro questionou o modelo. “Se isso aí se transformar em lei, todas as agências serão indicadas por parlamentares.

Imagina qual o critério que vão adotar.

Acho que eu não preciso complementar”, afirmou.

O líder da minoria, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), criticou Bolsonaro. “O presidente deveria trocar a assessoria jurídica ou ler o projeto aprovado antes de disparar sua metralhadora de impropérios: não entendeu nada!

Continuará a indicar os diretores das agências reguladoras”, disse no Twitter.

Ao contrário de mais essa fake news que ventila, o projeto aprovado cria ainda mais requisitos técnicos para as indicações desses cargos.

A única coisa que o Presidente deveria lamentar é que não vai poder indicar seus compadres: agência reguladora, a partir de agora. — Randolfe Rodrigues (@randolfeap) 22 de junho de 2019