O chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, teria tentado evitar o acirramento da tensão entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, quando era juiz, e Supremo Tribunal Federal (STF). É o que afirmam o jornal Folha de S.

Paulo e o site The Intercept, em mais uma divulgação de mensagens trocadas entre eles que foram vazadas.

Segundo a publicação, Moro ficou preocupado com a reação de Teori Zavascki, que era relator da Lava Jato no Supremo, depois que a Polícia Federal anexou a um inquérito, sem sigilo, documento da Odebrecht que expunha nomes de políticos com foro privilegiado.

No período, o então magistrado já havia sido repreendido pela Corte por causa da divulgação de áudios de escutas telefônicas que tiveram Lula (PT) como alvo.

Moro aparece nas mensagens afirmando a Dallagnol que iria “parecer afronta”.

Em seguida, o procurador afirma que faria tudo que fosse necessário para protegê-lo de “injustas acusações” e fala, também por mensagens, com o delegado da Polícia Federal Márcio Anselmo para afirmar que Moro estava chateado. ‘Tontos do MBL’ De acordo com a Folha, as conversas foram em 2016.

No mesmo dia, o ex-juiz usou o Telegram para perguntar a Dallagnol se ele ou outro integrante da força-tarefa teria o contato de nomes do Movimento Brasil Livre (MBL).

Moro queria, segundo a publicação, contê-los após um protesto em frente à casa de Teori, pelo que chamou o grupo de “tontos”.

O procurador afirmou, porém, que não considerava adequado.

Em resposta ao jornal, Moro afirmou que sempre respeitou o MBL e criticou o vazamento de conversas suas.